O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje (31/08) em Brasília, a cúpula do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul para discutir o abastecimento de energia elétrica co-gerada a partir da queima da palha da cana-de-açúcar. Participarão do encontro, entre outros, Rubens Ometto, presidente do Grupo Cosan; André Biagi, da Santelisa Vale; Homero Ometto, do grupo São Martinho; Maurílio Biagi, da Maubisa, e o presidente da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank.
Os usineiros irão informar ao presidente Lula que o setor tem capacidade para contribuir com o aumento de geração de energia elétrica até o início da próxima década a partir de um fornecimento de 3 mil MW a 6 mil MW, dependendo da estimativa, menos ou mais conservadora. O potencial mínimo de energia co-gerada que pode ser adicionada ao sistema corresponde a uma das usinas hidrelétricas previstas para o Rio Madeira.
Em contrapartida, os empresários pedirão uma garantia mínima de preço para a compra dessa energia excedente e que seja criada uma nova forma de aquisição, hoje feita por meio de leilões. Com o preço do MW entre R$ 130 e R$ 140 nas usinas, os usineiros pedirão, no mínimo, R$ 200 ao presidente.
A idéia do encontro e o convite ocorreram durante visita recente da comitiva presidencial, da qual participaram alguns usineiros, à América Central. Na Nicarágua, por exemplo, um dos países visitados, há um grave problema de racionamento de energia elétrica.
LevantamentoNa semana passada, a Unica, principal entidade do setor produtivo de açúcar e álcool do País, iniciou um levantamento inédito, junto aos seus associados, para apurar a capacidade de geração de energia elétrica a partir da co-geração. Apesar de o presidente da entidade ter solicitado urgência no fornecimento dos dados, eles não deverão estar compilados a tempo de serem entregues amanhã a Lula.
No questionário enviado às unidades produtoras, a Unica pede, entre outras coisas, o potencial produtivo de energia elétrica a partir da co-geração. O trabalho técnico, feito pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), pede, além dos dados sobre a produção de energia, que a usina informe também se tem planos de ampliar a geração e se pretende utilizar a palha da cana no processo.
Não está previsto o assunto álcool na conversa de hoje com Lula, mas é possível que o tema seja tratado, já que o governo sinaliza para ampliar o controle sobre a produção, distribuição e exportação do combustível, o que desagrada os usineiros.
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Agência Estado, 30/08/2007)