As discussões sobre o período pós-Kyoto (ou a segunda fase do acordo, como preferem alguns) que estão sendo realizadas em um evento oficial da ONU, em Viena, entram no último dia dos debates sob um impasse. Ninguém concorda com qual deve ser o grau de corte das emissões dos gases que contribuem para o efeito-estufa.
O ideal é que os países ricos reconheçam a necessidade de cortar suas emissões entre 20% e 40% abaixo das taxas de 1990 até 2020, defendeu um documento apresentado ontem aos delegados de 158 países que participam da reunião. Imediatamente, Rússia, Japão, Canadá, Nova Zelândia e Suíça colocaram objeções ao texto. Para esses países, essas metas podem causar problemas para algumas nações, principalmente após 2012, quando acaba a primeira fase do acordo de Kyoto.
"Espero que nós sejamos capazes de entrar em consenso sobre um intervalo de redução", disse Leon Charles, representante de Granada. Ele é o presidente do grupo encarregado de escrever o documento apresentado ontem ao plenário. Os ambientalistas também pressionaram os países ricos na Áustria. Para esses grupos da sociedade civil, é fundamental que se chegue a um acordo para que reduções profundas nas emissões sejam feitas. Esse é o único caminho, segundo eles, para se evitar mais tormentas, enchentes, secas e a subida do nível do mar.
"Apenas se os países industrializados reduzirem suas emissões entre 20% e 40% até 2020 é que o mundo terá alguma chance de se proteger dos piores efeitos das mudanças climáticas", disse Stephanie Tunmore, da ONG Greenpeace.
(
Reuters, 31/08/2007)