O Brasil vai recusar a proposta apresentada ontem (30/08) pela chanceler federal alemã Angela Merkel de um cálculo per capita das emissões de gases-estufa dos países emergentes. José Domingos Miguez, chefe da delegação brasileira que participa da reunião preparatória para a cúpula da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Viena, disse que a posição defendida nas negociações para a redução das emissões dos gases do efeito de estufa destaca a responsabilidade histórica dos países ricos.
Na véspera, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, havia dito que o Brasil teria uma posição menos defensiva nas questões relacionadas ao aquecimento global. Nas negociações internacionais, as áreas diplomática e ambiental do governo estariam instruídas a assumir compromissos mais ambiciosos, como a adoção de metas internas para reduzir os níveis de emissão de carbono.
A chefe do governo alemão, que detêm este ano a presidência rotativa do G-8, apresentou a proposta do "cálculo per capita" com o objetivo de incluir os países emergentes (grupo do qual o Brasil faz parte) num compromisso de redução das emissões. Segundo ela, os países em desenvolvimento poderiam aumentar as emissões até atingir o nível dos países desenvolvidos. Depois disso precisariam reduzir em proporção igual.
(Por Graça Magalhães-Ruether,
O Globo, 31/08/2007)