Agência ambiental emitiu quatro multas, acumulando oito no ano e chegando perto das 11 aplicadas em 2006O número de autuações contra usinas de cana aplicadas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) nas últimas semanas dobrou na região de Bauru.
Até o início de agosto, portanto passados oito meses, a agência ambiental acumulava quatro autuações com a safra em pleno corte. No entanto, nos últimos 20 dias, foram aplicadas quatro multas por queima irregular da cana, dobrando o número de infrações cometidas no ano.
Em todo o ano passado, foram lavradas 11 autuações. As multas ainda não têm relação com a liminar da Justiça Federal, que proíbe o fogo nas lavouras de 12 municípios da microrregião de Jaú.
O gerente da Cetesb em Bauru, Alcides Tadeu Braga, projeta que o número de multas fique igual ao expedido em 2006. As quatro recentes autuações foram em canaviais próximos. Uma em Dois Córregos, duas em Jaú e uma outra em Pederneiras. Todas as autuações foram contra usinas de cana-de-açúcar e álcool. “Anteriormente, cheguei a dar informações que este ano havia diminuído o número de autuações. Mas, de repente, só nesses últimos 20 dias foram constatadas quatro”, ressalta.
Os técnicos da Cetesb fiscalizam queima em área proibida e a proibição do fogo no período das 6h às 20h, período definido em resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA). Pelo artigo 1 da resolução número 34, de 2 de julho deste ano, a queima da palha de cana-de-açúcar está proibida das 6h às 20h, entre 6 de julho e 15 de outubro deste ano.
EstratégiaNa prática, explica Braga, as autuações - sete delas - se basearam na proibição de queima a menos de um quilômetro do perímetro urbano, prevista no decreto estadual número 47.700, de 2003. Os técnicos utilizam dados de GPS (equipamento de localização) para aferir o fogo irregular, não dando chance para o infrator negar o crime. “Muitas vezes, até o técnico chegar (no fogo), ele encontra apenas vestígios e não se sabe o horário exato do início da queima. Ele (infrator) pode falar que começou depois da 20h”, conta o gerente.
Braga explica que as usinas alegam que o fogo é criminoso. O mérito da multa é julgado pela Justiça. A autuação varia entre R$ 70.014,00 a R$ 105.000,00, valores que eqüivalem, respectivamente, a 5.001 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) a 7.500 Ufesps.
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Jornal da Cidade de Bauru, 31/08/2007)