A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Telma Krug, disse nesta quinta-feira (30/08), na Câmara dos Deputados, que o Brasil será o primeiro país emergente a concluir o inventário nacional sobre as emissões de gases que provocam o aquecimento global. Esse inventário deve ficar pronto em 2009. Segundo as regras da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o país, por ser emergente, não necessitaria de elaborar tal documento. A convenção só obriga os países industrializados a fazê-lo.
Telma Krug participa do seminário internacional "Aquecimento Global: a responsabilidade do Poder Legislativo no estabelecimento de práticas ambientais inovadoras". O evento é promovido pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, em parceria com quatro comissões da Câmara (Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e Relações Exteriores e de Defesa Nacional) e três comissões temáticas do Senado.
De acordo com a secretária, o esforço brasileiro para reduzir o desmatamento não é menor que o esforço dos países industrializados para reduzir as emissões provocadas pelas industrias. Portanto, em sua opinião, o esforço do País deve ser reconhecido mundialmente, como deve ser reconhecido que os emergentes, além de preservarem o ambiente, tentam também aliviar a pobreza.
Redução do desmatamento
Telma Krug destacou que o Brasil já conseguiu "uma redução expressiva" do desmatamento e isso dá credibilidade à proposta brasileira de cobrar dos países ricos, no âmbito da Convenção-Quadro, que dêem incentivos financeiros para apoiar a redução do desmatamento, conforme estabelecido na própria convenção.
A proposta brasileira é que a população local, responsável por evitar o desmatamento, receba um pagamento por esse trabalho, uma vez que evitar o corte das florestas é de interesse da população mundial. "Por isso, é justo dar um incentivo econômico para que as pessoas preservam, em vez de destruir", destacou a secretária.
(Por Luiz Cláudio Pinheiro, Agência Câmara, 30/08/2007)