O uso de fibra cerâmica para revestir fornos industriais está sendo apontado por alguns técnicos como um risco à saúde semelhante ao causado pelo amianto. De acordo com o eletrotécnico Emérico José Janicksec, a periculosidade dessa fibra é de 92%, contra 0,6% do amianto. O uso dessa fibra implica risco de asbestose, sendo invisível, mas facilmente aspirada e instalada na pleura (pulmões). De acordo com ele, essas placas de cerâmica são inofensivas a até 280ºC, mas, ao serem empregadas em fornos a temperaturas superioes a 1.050ºC, tornam-se perigosas. Já em 1962, a empresa norte-americana American Art Clay Company (Amaco) alertava que o uso seguro dessa fibra só seria possível entre paredes refratárias, com embalagem a vácuo. Testes realizados em 1967 no antigo Instituto Tecnológico (hoje Cientec) davam conta de que a placa cerâmica, quando em contato com cola de secagem, resistente a até 1.200ºC, perde a liga molecular, racha e, pela ação do calor, libera as fibras. Esse tipo de cerâmica, no entanto, ainda está sendo usado no revestimento de fornos industriais fabricados em Santa Catarina, onde existe concentração de empresas do pólo cerâmico.