A conscientização dos produtores de arroz nas questões ambientais está ajudando a melhorar a qualidade da lavoura gaúcha. O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, enalteceu ontem, na Casa da RBS, a redução do uso da água e a otimização dos custos com uma produção mais limpa. O Dia do Arroz, na RBS, seguiu à tarde durante a 30ª Expointer, com palestras sobre exportação e o mercado do arroz. Fischer explicou que os arrozeiros armazenam 47,2% da água necessária para irrigar. "Somos usuários da água e não consumidores", disse, se referindo ao retorno da água aos mananciais após o processo de produção do cereal. "Através da transferência de tecnologias, houve avanços no cultivo e o incremento de produtividade", explica.
A produção mais limpa, difundida pelos técnicos do Irga, consiste em um tratamento diferenciado para gerar o mínimo impacto ambiental. A palha do arroz, por exemplo, que antes era queimada passou a ser utilizada para outros fins. O preparo antecipado do solo e o sistema de cultivo mínimo, com redução da emissão de gás carbônico também são discutidos para não agredir a natureza. "Essa redução do gás carbônico irá possibilitar ao setor, inclusive, ganhar créditos de carbono", salienta Fischer.
A meta para a utilização da água é desafiadora. Segundo a agrônoma do Irga Vera Macedo, na década de 70 os produtores utilizavam 15 mil metros cúbicos para produzir quatro mil quilos por hectare. Atualmente, a produtividade chega a sete mil quilos por hectare com 12 mil metros cúbicos. "Nossa meta é aumentar os rendimentos da lavoura e diminuir o uso da água para até 10 mil metros cúbicos", explica Vera Macedo.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, João Carlos Machado, se mostrou entusiasmado com os resultados do trabalho do Irga em relação ao meio ambiente. "Os produtores, como eu, são os mais interessados na preservação dos recursos naturais", disse. Machado destacou, ainda, a integração com a secretaria do Meio Ambiente. "O trabalho em conjunto faz muito bem à todos os arrozeiros", finaliza. O secretário do Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, anunciou mudanças no licenciamento ambiental. Agora, o orizicultor pagará o licenciamento apenas para a área que será cultivada com arroz, ao contrário do que acontecia antes, em que a cobrança era realizada pela área de toda a propriedade rural.
Participaram do evento, o presidente da Federarroz, Renato Rocha; o promotor público, Alexandre Saltz; o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da SEMA, Ivo Melo; a diretora Márcia Mandagará, diretora multimídia do Canal Rural; o presidente da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong e o presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Farsul, Ivo Lessa.
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A Platéia, 30/08/2007)