O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira (29/08), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, que o Brasil passará a ter uma posição menos defensiva nas questões relacionadas ao aquecimento global. Amorim disse que o governo brasileiro não abrirá mão de dois princípios básicos: o meio ambiente deve estar vinculado ao desenvolvimento sustentável; as responsabilidades devem ser maiores para os países ricos, grandes emissores de carbono na atmosfera.
- O Brasil, especialmente se tratando da floresta amazônica, é mais uma vítima e vai cobrar das nações desenvolvidas posturas mais ousadas na defesa do meio ambiente. Temos de sair de uma postura puramente defensiva e passarmos a ter uma posição mais ofensiva - disse o ministro.
Amorim enfatizou que o tema deve ser tratado sempre de forma multilateral, tendo as Nações Unidas como foco catalizador. Um acordo mundial, disse, terá de ser equilibrado, com responsabilidades comuns, porém diferenciadas.
- Os países que poluíram mais, que devastaram primeiro suas florestas e emitem mais carbono têm que ter um ônus maior - afirmou. - Não vejo problema em alguns países se reunirem para discutir o assunto. Mas todas as decisões devem ser canalizadas na ONU.
(Por Eliane Oliveira,
O Globo, 29/08/2007)