O representante da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (CPEC/Inpa) Philip Martin Fearnside afirmou nesta quarta-feira que, se mantidas as queimadas e o desmatamento nos níveis atuais, a floresta amazônica acabará em 2080.
Segundo ele, alguns estudos apontam que a temperatura na Amazônia poderá aumentar 14 graus caso a emissão de gases seja duplicada. Ele ressaltou que o Brasil é um dos países que mais tem a perder com o aquecimento global, e por isso deve assumir a liderança no combate ao desmatamento.
Desmatamento no BrasilO coordenador de Pesquisas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, afirmou que 75% das emissões de gás carbônico e de outros gases do efeito estufa no Brasil são causadas pelo desmatamento. Desse montante, 70% ocorrem por queimadas para criação de pastagens extensivas.
Moutinho defendeu compensações para os países em desenvolvimento pela conservação das florestas. Segundo ele, para reduzir em 60% a emissão de gases, o Brasil precisaria de 1 bilhão a 5 bilhões de dólares por ano (aproximadamente, de R$ 1,97 bilhão a R$ 9,85 bilhões). Para zerar a emissão de gases por desmatamento, seriam necessários de 3 bilhões a 8 bilhões de dólares (cerca de R$ 5,91 bilhões a R$ 15,76 bilhões) anuais.
Philip Fearnside participa do seminário internacional "Aquecimento Global - A Responsabilidade do Poder Legislativo no Estabelecimento de Práticas Ambientais Inovadoras". O evento é promovido pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, em parceria com quatro comissões da Câmara (Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e Relações Exteriores e de Defesa Nacional) e três comissões temáticas do Senado.
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O Dia Online, 29/08/2007)