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aracruz/vcp/fibria
2007-08-30
A poluição produzida pelas fábricas da Aracruz Celulose no Espírito Santo vai aumentar: a empresa anunciou que conclui no mês que vem a ampliação da produção de suas fábricas em Barra do Riacho, no município de Aracruz. A produção da transnacional aumentará 9%, passando de 2,13 para 2,33 milhões de toneladas anuais.

Em seu site, a empresa informou que o "Projeto de Otimização 2330 das fábricas da Aracruz no Espírito Santo estará finalizado. Com ele, a companhia prevê um aumento de 9% em sua produção, que será ampliada em 200 mil toneladas de celulose ao ano - passando de 2,13 para 2,33 milhões do produto. Além disso, o projeto prevê a melhoria da eficiência das fábricas".

Informou que "as obras foram iniciadas no segundo semestre de 2006 e o projeto somou investimentos de US$ 192 milhões, distribuídos entre engenharia, construção civil, equipamentos e materiais, montagem eletromecânica e testes. A otimização é resultado de um estudo geral iniciado em 2002 para modernizar a estrutura industrial da Unidade Barra do Riacho da empresa, composta pelas fábricas A, B e C. A conclusão das obras está prevista para setembro".

A celulose é a matéria-prima básica da indústria do papel. No processo industrial, a madeira é primeiramente descascada e cortada em lascas. O produto é cozido com produtos químicos, que separam a celulose da lignina e dos outros componentes vegetais. O licor negro, líquido resultante do cozimento, é armazenado em lagoas de decantação, onde recebe tratamento antes de retornar aos corpos d'água.

Na etapa seguinte, é feito o branqueamento da celulose. São realizadas várias lavagens para retirar impurezas e o clareamento da pasta que será usada para fazer o papel. O processo era realizado até há alguns anos com cloro elementar. O cloro foi substituído pelo dióxido de cloro para minimizar a formação de dioxinas, que são resultantes da associação de matéria orgânica com o cloro.

As dioxinas são os mais potentes agentes cancerígenos, e são ainda associadas a várias doenças do sistema imunológico, endócrino, reprodutivo e nervoso. As dioxinas tem efeitos cumulativos - não são eliminadas e vão se armazenando nos tecidos gordurosos do corpo - tanto no organismo do homem quanto no dos animais.

A mudança no processo produtivo da celulose reduz a formação de dioxinas, mas não as elimina totalmente. Mesmo com o tratamento dos efluentes das fábricas, as dioxinas permanecem. A Aracruz Celulose lança seus efluentes no mar.

Na Europa já foi abolido completamente o cloro na fabricação do papel e o branqueamento é realizado com oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio. O processo é conhecido como Total Chlorine Free (TCF). Nos Estados Unidos e no Brasil o dióxido de cloro continua sendo usado, favorecendo o interesse da indústria do cloro.

A Aracruz Celulose foi criada pelo empresário norueguês Erling Sven Lorentzen, casado com a princesa Ragnhild, irmã do rei Harald V em plena ditadura militar. A empresa recebeu do autoritário governo federal e dos governos estaduais tudo o que foi idealizado e pedido pelos noruegueses. Na prática, a Aracruz Celulose foi instalada com dinheiro brasileiro, incluindo as fábricas e o Portocel. Depois seu comando e os lucros foram entregues a Erling Sven Lorentzen.

A empresa tomou terras dos quilombolas no Sapê do Norte, território formado por Conceição da Barra e São Mateus. A Aracruz Celulose ocupa a maior parte do território negro, de 50 mil hectares. Usou da força, empregando os serviços do tenente Merçon, do Exercito.

Além dos quilombolas, também os índios perderam suas terras para a Aracruz Celulose, cerca de 40 mil hectares no total. Para pressionar os índios a Aracruz Celulose chegou a contratar um dos maiores pistoleiros da história do Espírito Santo, o major PM Orlando Cavalcante.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 30/08/2007)

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