A lógica do desenvolvimento abordada nos 21 temas discutidos na Eco 92, no Rio de Janeiro, traz para toda a sociedade uma visão não apenas de responsabilidade para a construção da cidadania com visão temática, mas constrói uma visão integradora para um novo modelo social, que cria co-responsabilidade dos integrantes construtores da sociedade.
A Agenda 21 Empresarial, proposta pelo Ministério de Meio Ambiente, procura vencer este bloqueio de ser apenas um documento puramente ambientalista, sem compromisso com o conjunto sobre o desenvolvimento. O setor produtivo deste País não pode estar de costas para a responsabilidade que queremos construir com o princípio básico da cidadania e co-responsabilidade.
A mudança cultural deve ser estimulada nos mais diferentes ambientes. Nos bancos escolares ou nas empresas, abordando não mais um visão excludente do ambiente natural, mas com as políticas públicas de responsabilidade de todos os seguimentos. A questão ambiental é urgente e precisa de respostas macros, e dos mais diversos setores.
A análise do processo ambiental, tem sido abordada de maneira muitas vezes dissociada da realidade, descompromissando o principais causadores da degradação sócio-ambiental.
Em recente publicação, a revista "Análise - Gestão Ambiental" faz um ensaio das ações empresariais realizadas até agora, trazendo de forma clara e consistente a abordagem de fatos que já estão inseridos na concepção empresarial das maiores empresas brasileiras.
Além de uma visão integradora, a Agenda 21 Empresarial deve ser fortalecida e estimulada por todos os segmentos, não mais trazendo as exigências ambientais como um castigo burocrático, que propicia atraso nos investimentos, mas como uma contribuição social para a sobrevivência de seu negócio dentro de uma sociedade, cada vez mais necessitada de parceiros para as boas causas.
Também é de se destacar a nova concepção de transformação socioambiental, em que os consumidores também estão ficando mais exigentes em suas escolhas. Por razões como esta, as mudanças devem ser estruturais, a começar pelos novos hábitos de produção.
A mudança do papel do Estado impõe também ao setor empresarial uma mudança de olhar da sua função dentro da cadeia produtiva, não apenas como um gerador de riqueza financeira descompromissado com o seu entorno socioambiental, e isso é coisa do passado.
O empresariado precisa disseminar a implantação da Agenda 21 Empresarial, utilizando seus esforços de agente para o aperfeiçoamento de suas atividades em defesa da cidadania e promoção do desenvolvimento sustentável.
(Por Daniel Bordignon, deputado estadual, PT-RS, Agência de Notícias AL-RS, 29/08/2007)