A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou na terça-feira (28/08) um depósito clandestino de combustível localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O local, descoberto a partir de uma denúncia feita à Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), da Polícia Civil, era utilizado para adulterar gasolina e álcool.
Além de diversos materiais usados para fazer misturas, os policiais civis encontraram um caminhão-tanque carregado com 10 mil litros de gasolina. Uma perícia preliminar confirmou alterações combustível que, de acordo com a nota fiscal apreendida, iria abastecer um posto na zona Oeste do Rio. Ninguém foi encontrado no local e a Polícia trabalha para identificar o proprietário do terreno e do caminhão e também para saber quais eram as empresas que estavam sendo abastecidas pelo depósito.
Nesta quarta-feira (29/08), técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) coletaram amostras do combustível que foram encaminhadas para análise detalhada em um laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Só na última semana, quatro postos, no estado do Rio, foram interditados pela ANP por comercializar combustíveis fora das especificações permitidas.
De acordo com inspetor da DDSD, Juarez Júnior, que coordenou a operação em Duque de Caxias, há seis meses a delegacia investiga locais que possam estar fornecendo combustíveis adulterados para postos fluminenses.
Segundo o Júnior, informações revelam que há mais de uma dezena de depósitos clandestinos na região de Duque de Caxias. “As nossas investigações apontam que nessa localidade existem vários pontos iguais a esse aqui, que estamos identificando”. E explicou: “Eles compram na distribuidora principal o produto bruto, sem nenhuma adulteração. Nesses pontos adicionam outros produtos, os solventes, ganham mais volume e distribuem prejudicando o consumidor final. Para isso eles constituem firmas, normalmente põem em nome de pessoas que até desconhecem que são proprietárias de empresas, os laranjas”.
Júnior informou que compradores de combustíveis junto às distribuidoras estão sendo investigados pela polícia para identificar as empresas fantasmas utilizadas na rede de adulteração de combustíveis. De acordo com a ANP as irregularidades em combustíveis no Rio ocorrem geralmente na gasolina, ou pelo excesso de teor de álcool ou pela adição de solventes. Neste ano, os fiscais da Agência percorreram 1221 postos no estado do Rio, que resultaram em 71 interdições e 322 autuações. Os postos que comercializam produtos fora das especificações da ANP estão sujeitos à multa, que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.
(Por Adriana Brendler, Agência Brasil, 29/08/2007)