O uso da luz refletida pode ser a resposta para tornar a energia solar competitiva diante de fontes convencionais de energia, afirmam cientistas israelenses. Uma corrida mundial para encontrar fontes alternativas de energia está em curso, e os subsídios estão inclinando as escalas em favor das fontes renováveis de energia, que respondem às preocupações ecológicas e de segurança relativas aos combustíveis fósseis.
A demanda crescente por uma dessas fontes renováveis, a energia solar, está consumindo grande volume de silício, a matéria-prima dos painéis solares, e deu início a uma busca por alternativas. Uma equipe da Universidade Ben Gurion, de Israel, acredita ter desenvolvido uma resposta, com um material bem menos conhecido que, embora mais caro que o silício, pode ser usado de maneira mais eficiente em combinação com uma superfície refletora.
"O painel poderia ser instalado em um quintal ensolarado, e atenderia à maior parte das necessidades de energia de uma casa", disse David Fairman, professor de Física na Ben Gurion e veterano de 31 anos de pesquisas com energia solar no deserto do Negev, em Israel. "Os custos por watt são comparáveis aos de uma usina convencional de energia, mas o uso de combustível é zero", acrescentou Fairman.
Em nota de pesquisa divulgada mais cedo neste ano, os analistas do banco de investimento Jefferies informaram que a alternativa ao silício -o arseneto de gálio- era cara demais, por enquanto, e estava em estágio inicial de desenvolvimento, mas que combinar seu uso ao de espelhos serviria para reduzir os custos.
A equipe de Fairman projetou um refletor composto de espelhos que recolhem e amplificam a luz por um fator de mil. Essa luz concentrada, segundo Fairman, é forte o bastante para queimar matéria orgânica, e o espelho dirige seu foco ao painel solar. Os painéis solares de silício tanto recolhem a luz solar quanto a convertem em eletricidade. Os painéis criados por Fairman e sua equipe podem receber a luz intensificada e convertê-la em energia com eficiência duas vezes maior que os painéis comuns, eles afirmam.
(Por Ari Rabinovitch,
Reuters, 29/08/2007)