Depois de um dia de tensão e negociações, os cerca de 500 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Via Campesina liberaram o acesso ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, em Águas de Chapecó. Eles paralisaram as obras na manhã de segunda-feira e impediram a entrada de veículos no canteiro. O objetivo era retomar a negociação das indenizações dos atingidos com o consórcio Foz do Chapecó Energia, responsável pela construção da hidrelétrica no rio Uruguai, entre Águas de Chapecó e Alpestre (RS). Os manifestantes haviam montado acampamento na entrada do canteiro de obras e passaram a noite de segunda no local.
No início da manhã de ontem houve dois momentos de grande tensão. Próximo das 9h30, teve ameça de invasão. A portaria estava protegida por dez policiais. Outro momento de tensão foi próximo das 10h30, quando outro veículo da Polícia Militar tentou chegar no local e foi barrado pelo grupo de manifestantes. Armados com paus e foices, os atingidos pela obra não arredaram o pé. Próximo das 13 horas, chegou reforço com cerca de 50 policiais com cavalos, cachorros, camburões e motos. Eles entraram por um acesso secundário no canteiro de obras e ficaram de prontidão na entrada da hidrelétrica.
O comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Chapecó, tenente-coronel Paulo Henrique Hemm, negociou com o MAB a saída do canteiro e desobstrução da via. Ele apresentou uma decisão da Justiça que impedia a invasão do canteiro e uma liminar autorizando a PM a coibir qualquer tentativa de invasão ou ocupação do local. O MAB aceitou desobstruir a via com a garantia de uma audiência com o Consórcio Foz do Chapecó, marcada para as 9 horas de hoje, em Chapecó.
(
A Notícia, 29/08/2007)