A prefeitura da Capital resolveu usar a tecnologia das novas tintas para enfrentar o vandalismo dos pichadores. No prazo de 15 meses, promete investir R$ 815 mil para repintar 12 viadutos. Se forem pichados, a sujeira e os riscos poderão ser lavados com facilidade, sem danificar a estética da obra.
O primeiro viaduto a ser protegido é o Dom Pedro I, nas avenidas Borges de Medeiros e Padre Cacique, no bairro Praia de Belas. Desde o dia 15, uma equipe do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) está aplicando a tinta antipichação nos alicerces, nos paredões e nas amuradas. A previsão é de que fique pronto no final de setembro.
O diretor-geral do DMLU, Mário Moncks, acredita que a tinta antipichação manterá os viadutos "sempre limpos e com boa aparência". Antes da pintura, as equipes estão raspando e lavando o concreto, para garantir maior aderência da película de proteção.
Porto Alegre segue a tendência de outras capitais, como São Paulo e Minas Gerais, que estão guarnecendo seus monumentos e suas obras de engenharia com tintas especiais. A direção do DMLU aposta que o revestimento, inicialmente mais caro do que a pintura convencional, diminuirá os custos com limpeza ao longo do tempo.
Para repintar o Dom Pedro I, o DMLU retirou famílias que habitavam as bases do viaduto. Elas danificavam a estrutura com fogos de chão e depredações. O busto do imperador e o brasão foram quebrados.
Moradores de rua saíram do local e retornaram mais tardeNa manhã de ontem, técnicos da prefeitura e da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) tentaram convencer moradores de rua a deixarem o Viaduto Imperatriz Leopoldina, o próximo a ser recuperado. Eles até se afastaram, mas à tarde já estavam de volta ao viaduto que fica nas avenidas João Pessoa e Loureiro da Silva, na Cidade Baixa.
- Disseram para nós que é área de risco, mas não temos para onde ir - disse André Luiz Jarochewski da Silva, 21 anos, que veio de Santa Maria, onde trabalhava como guardador de carro.
André Luiz mora sob o viaduto com a mulher, Kátia, 21 anos, grávida de quatro meses, e outros vizinhos.
A Fasc esclarece que não tem o poder de remover as famílias. Pode apenas convencê-las a irem para os albergues e abrigos do município, se elas quiserem.
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Zero Hora, 29/08/2007)