Aquecimento gerado por atividade humana foi o fator principal nas temperaturas anormalmente altas registradas em 2006 no território dos Estados Unidos, de acordo com relatório de pesquisadores da Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA). A análise, liberada nesta terça-feira (28/08), está publicada na edição de setembro do periódico Geophysical Research Letters.
Em janeiro, o Centro de Dados Climáticos Nacionais do NOAA informou que 2006 foi o ano mais quente já registrado nos 48 Estados do território contíguo dos Estados Unidos. Em maio, os dados foram revisados e 2006 passou a ser considerado o segundo ano mais quente, atrás de 1998.
Na época, a agência disse que não era possível afirmar quanto do aquecimento era causado pela mudança climática provocada pelo homem e quanto poderia ser atribuído ao fenômeno natural El Niño. "Queríamos saber se era pura coincidência os dois anos mais quentes já registrados coincidirem com o El Niño", disse Martin Hoerling, do NOAA, em nota.
Seu estudo analisou os efeitos do El Niño no passado e da liberação de gases do efeito estufa por atividade industrial. A análise dos dados do El Niño ao longo do século 20 determinaram que o resultado do fenômeno costumava ser uma temperatura ligeiramente abaixo da média nos 48 Estados contíguos.
Para confirmar isso, os pesquisadores conduziram dois conjuntos de simulações de 50 anos do clima nos EUA, com ou sem o El Niño. Novamente, viram que o fenômeno resfria, e não aquece, os 48 Estados, deixando o efeito estufa como melhor explicação para o calor excepcional.
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Estadão Online, 29/08/2007)