O coordenador da Caravana em Defesa do São Francisco e do Semi-árido, Apolo Lisboa, afirma que uma das alternativas para minimizar os efeitos da seca no Semi-árido nordestino sem a necessidade de transpor as águas do rio São Francisco é aproveitar o Atlas do Nordeste, elaborado há seis meses pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Lisboa, que também é professor na Universidade de Minas gerais, lembra que o documento propõe levar água a 34 milhões da região com investimento de R$3,6 bilhões.
“O próprio governo federal tem um projeto mais barato e mais real para beneficiar cerca de mil cidades, com pelo menos cinco mil habitantes”.
Para o vice- presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Fred Moreira Lima, o projeto de transposição merece crédito, já que passou por um processo de avaliações técnicas e recebeu licença ambiental.
“Essa discussão vem rolando há séculos, e não se chegou a uma conclusão para sanar uma dívida histórica com o povo do Nordeste. Propostas complementares são bem-vindas, mas a transposição precisa ser realizada. Só em Pernambuco, vai beneficiar 100 municípios, incluindo 70 no Agreste”.
Nesta terça-feira (28/08), a caravna passou o dia no Recife para debater alternativas à transposição, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Desde o dia 19 de agosto, a caravana já percorreu seis capitais brasileiras.
A intenção é buscar um consenso sobre o meio mais rápido e eficaz de distribuir água para população pobre que habita a região do São Francisco sem desperdício de dinheiro.
Integram a caravana pesquisadores, professores universitários, ambientalistas, moradores de áreas próximas ao rio e representantes de comunidades indígenas.
Depois do Recife, ela segue para João Pessoa, Salvador, Aracajú e Maceió.
(Por Marcia Wonghon,
Agência Brasil, 28/08/2007)