Um grupo de pesquisadores e engenheiros da Nasa está testando um protótipo de balão que poderá estudar o aquecimento global no inóspito planeta Vênus. Projetado para flutuar a uma altitude de 56 km na atmosfera venusiana, o balão contará com aparelhos que ajudarão a medir a formação de nuvens, os gases atmosféricos, as descargas elétricas e outras características do ambiente aéreo de Vênus.
Se a evolução do Sistema Solar fosse uma novela, muita gente diria que Vênus é a Taís da trama, já que o planeta é a "gêmea má" da Terra. Isso porque, apesar de um começo parecido e de dimensões e outras características físicas semelhantes às da Terra, Vênus hoje é um inferno de calor e pressão, com temperatura superficial capaz de derreter chumbo. Tudo isso se deve a um efeito estufa descontrolado, o qual pode trazer lições sobre o efeito estufa bem mais leve que existe na Terra. Graças a tais condições inóspitas, é difícil fazer com que uma nave pouse no planeta e sobreviva muito tempo lá.
A estratégia de mandar um balão é permitir medições de longo prazo num ambiente mais ameno, já que na altitude planejada a temperatura é equivalente à de um dia ameno na Terra. O único problema nesse caso é o Sol. Por isso, o balão (ou par de balões, já que também há planos de mandar dois deles em trajetórias diferentes) terá uma camada espelhada de alumínio, para refletir os raios solares. Contra o ácido sulfúrico, comum nas nuvens venusianas, os balões terão revestimento de teflon transparente.
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G1, 28/08/2007)