Angola, a semelhança dos demais países africanos, deve avaliar a possibilidade de utilizar o etanol como combustível nos motores, em substituição do chumbo por razões económicas e ecológicas. A afirmação foi feita hoje (terça-feira, 28/08), no Palácio dos Congressos, por Orlando Cristiano Silva, de uma empresa brasileira de bio-combustíveis, quando dissertava sobre "Energias Renováveis", no âmbito das XI Jornadas Científicas da Fundação Eduardo dos Santos (FESA).

Orlando Silva, de nacionalidade guineense, disse que Angola deve criar um programa a médio/longo prazo que faça o aproveitamento dos bio-combustíveis e do biodiesel como alternativa para fins energéticos. Referiu que nos países em desenvolvimento o bio-gás tem sido o processo mais utilizado no sistema energético por acarretar custos menos avultados na sua aquisição, instalação e manutenção.

Considerou o sistema energético do mundo desigual e que África e América Latina são os continentes com o mais baixo índice de consumo de energia, além de registarem níveis reduzidos de desenvolvimento humano. No mesmo painel falou-se também da necessidade da utilização da energia solar e a eólica, dois sistemas que no entender dos especialistas afiguram-se como viáveis para o aumento da rede eléctrica do país.

O professor da Universidade de Sevilha (Espanha), Valeriano Hernandez, apresentou a experiência do seu país na utilização da energia solar e eólica. Segundo o especialista, no caso concreto de Angola, este sistema pode ser aproveitado para as zonas de difícil acesso, sobretudo nas rurais. As XI Jornadas Técnico-Científicas da Fundação Eduardo dos Santos ( FESA) tiveram início segunda-feira sob lema "Energia, Fonte de Renda e Desenvolvimento Económico".

O fórum, que decorre até quinta-feira, abarca três painéis, designadamente "Energia e Desenvolvimento", "Energias Não Renováveis" e "Energias Renováveis". Participam na conferência, entre outros, membros do governo, da sociedade civil, professores e estudantes universitários, políticos, entidades religiosas, empresários, especialistas nacionais e estrangeiros.
(Angola Press, 28/08/2007)