O procurador-geral do município de Venâncio Aires, Ailto Leandro de Melo, está trabalhando na elaboração de um dossiê no qual a administração comunicará oficialmente que não pretende renovar a concessão do serviço de abastecimento de água, atualmente responsabilidade da Corsan. O atual contrato se encerra no dia 13 de setembro de 2008, mas precisa ser denunciado um ano antes.

A decisão foi anunciada ontem pela manhã, durante entrevista coletiva, pelo prefeito Almedo Dettenborn. “Ainda neste ano, vamos decidir se criamos um departamento ou uma secretaria para gerenciar o serviço. Quem sabe não assumimos o controle em janeiro de 2008”, afirmou o prefeito. Sobre uma eventual cobrança pelos investimentos realizados pela Corsan em Venâncio Aires (valor em torno de R$ 15 milhões), o prefeito afirmou se tratar de uma “barbada”, especialmente pelo que é arrecadado no município.

Durante uma audiência pública, realizada em junho, a empresa confirmou um faturamento mensal de aproximadamente R$ 550 mil. Já a despesa com funcionários, peças, manutenção de equipamentos e produtos químicos estaria em torno de R$ 180 mil mensais. O prefeito afirmou ainda que, com a municipalização, será possível buscar recursos federais para novos investimentos especialmente em termos de tratamento de esgoto.

Erros
Almedo Dettenborn falou ainda de “erros” que teriam sido cometidos pela Corsan, em Venâncio Aires. Um deles, seria a construção do ponto de captação de água no Arroio Castelhano. “O local não é o mais apropriado. Naquele ponto, o arroio já recebeu uma grande carga de poluentes. “O certo é fazer a captação de água lá em Arroio Grande”, disse Almedo.

Gerente
A posse do novo gerente da Corsan de Venâncio Aires, Ilmo Conceição Dörr, ocorrida em julho, foi uma decisão política. A informação é do presidente em exercício do diretório do PMDB, Valderindo Rech. “A indicação do novo gerente partiu do partido e está registrada inclusive em ata. Na época não me manifestei para não criar mais polêmica”. Na época, a substituição foi amplamente criticada pelo prefeito Almedo Dettenborn.

(Folha do Mate, 28/08/2007)