Se as negociações com a PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela, não avançarem, a Petrobras ameaça construir sozinha a refinaria de Pernambuco, um investimento de US$ 4,5 bilhões. A informação foi dada, nesta segunda-feira, pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a uma platéia de empresários, durante apresentação do Plano de Negócios da Petrobras 2020, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de janeiro (Firjan).
Gabirelli explicou que as negociações estão em andamento entre as duas empresas para a realização, em conjunto, da refinaria de Pernambuco, no Brasil, e do desenvolvimento da produção de petróleo do campo de Carabobo, na Venezuela. Apesar de garantir que as negociações estão em andamento e que a expectativa é de que se chegue a um bom termo, Gabrielli deixou claro que, no caso de uma eventual desistência da Venezuela, a Petrobras não abrirá mão do projeto no Brasil.
- Nós achamos importante a associação com eles, mas estamos dispostos a fazer a refinaria sozinhos. A refinaria é muito importante para o mercado nordestino brasileiro. A expansão desempenha um papel importante no mercado de refino e estamos dispostos a fazer com eles. Se não conseguirmos, vamos fazer sozinhos. Não precisamos de dinheiro, nós queremos ter acesso ao óleo venezuelano - destacou Gabrielli
O presidente da Petrobras explicou que pelo acordo está previsto uma relação simétrica, entre as condições de exploração no campo de Carabobo com as condições da refinaria no Brasil. Pelo acordo, a PDVSA terá uma participação de 40% na refinaria e a Petrobras 60%. No campo de Carabobo, os percentuais seriam ao contrário, com a PDVSA ficando com 60% e a Petrobras, com 40%.
A Petrobras estã tão disposta a construir a refinaria, seja com a PDVSA ou não, que no próximo dia 4 de setembro vai iniciar o trabalho de terraplanagem no local. Segundo Gabrielli, o objetivo é que, já em fins de 2010, a refinaria entre em operação. A refinaria prevê refinar 200 mil barris diários de petróleo pesado, dos quais a metade viria da Veneuela e a outra do Brasil.
(Por Ramona Ordoñez,
O Globo, 27/08/2007)