Representantes da agricultura do Brasil vão promover um "road show" para importantes clientes europeus no final de setembro, visando expor fatos sobre a atividade no país com o objetivo de afastar alegações de que o setor prejudica o meio ambiente.
Eles pretendem demonstrar que a maioria das acusações contra a agricultura brasileira, como a de que a expansão do plantio da cana destrói a Floresta Amazônica, não reflete a realidade, afirmou na segunda-feira Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag).
"A demanda (ambiental) que vem do mercado internacional é bastante forte, e o nível de informação de nosso país sobre o assunto ainda é baixo", disse Lovatelli.
A Abag está organizando o "road show" junto com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
A turnê, cuja previsão é de que aconteça nas principais capitais européias, será a primeira iniciativa pró-ativa do setor agrícola brasileiro para demonstrar que a agricultura brasileira não pode ser associada com destruição ambiental, afirmou Lovatelli.
Grupos ativistas reclamam há tempos, por exemplo, de que a rápida expansão da plantação de soja do Brasil está acelerando a destruição de florestas.
Apesar de a maioria das acusações terem sido negadas pelos produtores e a indústria, algumas das reclamações estão promovendo mudanças no Brasil. Há cerca de um ano esmagadores de soja do país e exportadores decidiram parar de comprar soja cultivada na bacia amazônica.
Na semana passada, fazendeiros de Mato Grosso, principal produtor de soja do Brasil, concordaram em não plantar em áreas de preservação e a regularizar as propriedades de acordo com as leis ambientais [ID:nN23256005].
Consumidores, especialmente na Europa, começaram a exigir provas de origem do produto, e líderes da indústria de soja sentiram que é o momento de tomar ações para impedir que os compradores se voltem para outros fornecedores.
O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás dos Estados Unidos.
"Temos poucos problemas que precisam ser discutidos... (Mas) sabemos que muitas coisas que estão sendo ditas não são verdade ou no mínimo estão sendo exageradas", disse Lovatelli, citando a plantação de soja na floresta amazônica.
Ele afirmou que existe soja plantada em apenas 1,5 milhão de hectares da Amazônia, que tem mais de 400 milhões de hectares, e que, mesmo assim, parte dela foi plantada em áreas desmatadas há muitos anos, quando a legislação não era tão dura quanto agora.
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Reuters, 27/08/2007)