O píer da empresa Suzano Petroquímica, na Baía de Guanabara, foi bloqueado ontem (27/08) por 58 embarcações de pesca. O protesto, segundo os pescadores, reuniu cerca de 200 pessoas contra as obras de ampliação do complexo industrial, para descarregamento de navios-tanque de propeno.
O líder dos pescadores, Alexandre Anderson, afirmou que a movimentação de barcos e a construção do píer prejudicam a atividade pesqueira na área. "O pescado praticamente desapareceu e a gente está constatando mortandade. As hélices dos barcos da empresa também estão cortando nossas redes”, relatou.
Alexandre Anderson disse que a comunidade quer ser indenizada pela diminuição da pesca: “A empresa só fala em projetos a longo prazo, mas nós estamos sem o pescado e não conseguimos garantir o sustento de nossas famílias”.
O gerente de Recursos Humanos da Suzano, João Brillo, informou que a empresa está disposta a investir em projetos ambientais, mas que não está sendo cogitado nenhum tipo de indenização financeira. “Não cabe indenização, uma vez que a empresa está seguindo padrões até mais rígidos que as normas nacionais. O que nós temos com a comunidade é um canal aberto em relação a projetos sócio-ambientais”, disse.
A obra, segundo Brillo, possui o licenciamento ambiental necessário e também "atende aos padrões do Banco Mundial – nós procuramos desviar os dutos dos locais de pesca e estamos replantando toda a área de manguezal afetada". Ele sustentou que "essa obra não traz impacto à fauna e à flora da Baía de Guanabara”.
Uma reunião entre representantes da Suzano e dos pescadores foi marcada para o dia 10 de setembro. O líder dos pescadores prometeu que se não chegarem a acordo, haverá novas manifestações.
(Por Vladimir Platonow,
Agência Brasil, 27/08/2007)