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extinção de espécies
2007-08-28
As evidências sobre a extinção dos golfinhos do rio Yangtzé na China aumenta o temor dos conservacionista do Pacifico sul pelo destino de certas espécies migratórias de tartaruga marinha. A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), o maior entre os cetáceos vivos, está em perigo no oceano Pacífico. Esta pode ser a primeira espécie de tartaruga a desaparecer da região se não forem tomadas medidas para evitar que isso ocorra, disse Penina Solomona, encarregada de Marinha Regional do Programa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) para o Pacífico Sul.

A tartaruga figura entre os poucos grupos de espécies que sobreviveram à era dos dinossauros. Em entrevista à IPS, Solomona disse que o WWF se preocupa com o paralelismo entre e extinção do golfinho de barbatana branca do rio Yangtzé e a tartarugas do Pacífico Sul. A contaminação das águas, a pesca intensiva e o tráfego congestionado de navios representam ameaças similares para as tartarugas oceânicas, explicou a especialista. “O Pacífico representa uma oportunidade para que os seres humanos comprometam suas emoções com a possibilidade de suas ações conduzirem à extinção de um animal”, acrescentou Solomona.

Craig Morley, biólogo conservacionista da Universidade do Pacífico Sul, disse que a principal causa de extinção dos golfinhos de barbatana branca é a caça incessante, seguida pela destruição do habitat provocada pela construção de represas e drenagem de água para a agricultura, bem como pela contaminação. Morley acrescentou que o mesmo padrão destrutivo pode ser observado no oceano Pacifico. “Uma vez que a população de uma espécie fica abaixo de certa magnitude, pode cair no que chamamos o vórtice de extinção, guiado pela perda de diversidade genética (que aumenta a probabilidade de doenças e endogamia), por desequilíbrios demográficos (mais animais de um sexo do que de outro), ou pelo Efeito Allee (quando não podem encontrar companheiros reprodutivos)”, e são mais propensas a inundações e secas, explicou. “O problema é que não aprendemos as liçoes do passado ou o que acontece em outras partes”, disse Morley.

Os golfinhos de barbatana branca são figuras de forte simbolismo na cultura e no folclore da China, e a tartaruga marinha o é das culturas e tradições das ilhas do Pacífico. Mas a força cultural não protege os golfinhos nem as tartarugas, que são apreciados por sua carne nas ilhas do Pacífico. Morley disse que muitos moradores da região desafiam proibições e capturam tartarugas de maneira indiscriminada, mas explicou que se trata de caçadores oportunistas, que agem assim com fins comerciais apesar da ilegalidade e nem sempre para banquetes ou acontecimentos culturais e tradicionais, ocasiões em que, às vezes, a caça é permitida.

Em Fiji vigora uma moratória da caça comercial e a venda de tartarugas por cinco anos, que terminará em 2008. Mas “é uma perda de tempo, já que os políticos não proporcionam fundos para aplicar esta proibição”, disse Morley. A venda e o consumo da carne do animal é comum. “Isto é típico de muitos tratados conservacionistas: assina-se pensando que são tudo do que se precisa, mas ninguém age em conseqüência”, acrescentou. Várias espécies de tartaruga marinha são capturadas para fins gastronômicos, mas a gigantesca tartaruga-de-couro é a mais ameaçada, pois é caçada e morta de maneira acidental na pesca com palangre, técnica que usa vários anzóis dispostos ao longo de uma linha.

Atualmente, essa espécie é considerada “em perigo crítico” e muitos cientistas temem que tenha o mesmo destino que o golfinho de barbatana branca. “No ritmo atual, chegará o momento em que as tartarugas deixarão de existir”, afirmou Solomona. Segundo Ken Kenneth MacKay, diretor do Instituto de Recursos Marinhos da Universidade do Pacífico Sul, cerca de mil fêmeas das tartarugas-de-couro chegam para dar cria anualmente no Pacífico Ocidental, em países como Ilhas Salomão, Vanuatut e Papua-Nova Guiné, com avistamentos ocasionais em Fiji. MacKay disse que mil animais de uma espécie não é muito em termos de população sustentável.

Os golfinhos de barbatana branca sucumbiram à implacável campanha da China para manter seu crescimento econômico de dois dígitos, ao transformar seu habitat, o rio Yangtzé em uma das rotas mais congestionadas do mundo em matéria de navios. Morley afirmou que o desenvolvimento sem controle apresenta um ameaça “potencialmente enorme” para os esforços de conservação. Junto com a pesca, o turismo é um importante gerador de divisas estrangeiras em muitos Estados insulares em desenvolvimento. “Em alguns casos, o turismo prevalece sobre a conservação e, como conseqüência, os lugares onde as tartarugas têm suas crias e se alimentam são eliminados”, explicou Solomona.

Muitos pequenos Estados insulares em desenvolvimento enfrentam falta de recursos para conservar espécies e recuperar de maneira efetiva as ameaçadas, acrescentou. Assim, os esforços de conservação não figuram como uma prioridade em suas agendas nacionais. A instabilidade política também afeta a contribuição financeira para os esforços de conservação, disse Solomona. O governo coopera, mas é necessária mais ajuda, acrescentou, particularmente para proteger as tartarugas onde são mais vulneráveis: as praias onde costumam parir. Os esforços de governos, usuários de recursos tradicionais, público e médios de comunicação têm de ser mais coordenados e coerentes, acrescentou.

A implementação de políticas como a moratória em Fiji e outras regulamentações pesqueiras em outras partes do Pacifico também deveriam ser prioritárias, bem com concretizar “uma mudança na atitude em relação a esses animais”. É preciso “alertar que as tartarugas não se reproduzem rapidamente, pois levam anos para desovar”, ressaltou Solomona. Para Morley, a situação exige ações radicais. “O público deve ser dar conta do que ocorre. Durante muito tempo mantivemos silêncio. É preciso que a conservação alcance um perfil muito mais elevado do que o atual”. A sensação entre os especialistas em Fiji é a de que, assim como o desaparecimento do golfinho de barbatana branca fez soar o alarme, logo as tartarugas também poderão ser converter em monumentos históricos, a menos que sejam tomadas medidas urgentes.
(Por Shalendra Singh, IPS, 27/08/2007)



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