No próximo dia 16 de setembro o Protocolo de Montreal completa 20 anos. O documento é um tratado para eliminar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio, que protege a Terra da radiação nociva do Sol. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário do Ozônio e secretário-executivo da Secretaria para o Convênio de Viena e do Protocolo de Montreal no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Marco González, afirmou que entre os anos de 2049 e 2075 a camada de ozônio estará recuperada nos níveis anteriores aos anos de 1980.
Essa é apenas uma das conquistas do protocolo, segundo González. “No campo da eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio as conquistas são extraordinárias, já que, em nível mundial, todos os países eliminaram a produção e o consumo de todos os produtos químicos controlados pelo protocolo em mais de 95%”, afirmou.
O secretário lembra que os 190 países que assinaram o protocolo têm cumprido as metas estabelecidas e que isso tem trazido benefícios para a saúde, evitando casos de câncer de pele e de catarata. Ele também destaca a importância da formação de uma cultura de cumprimento do tratado. “Essa cultura se formou com base na confiança entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, para estabelecer metas alcançáveis tanto por uns como por outros. É assim que a maioria dos países têm conseguido cumprir com 99% das metas e, em muitos casos, têm feito isso antes dos prazos previstos no protocolo”.
Uma das conquistas desses 20 anos, para González, foi a eliminação, somente entre 1990 e 2000, de uma quantidade de CFC (gás que destrói a camada de ozônio) equivalente a 11 bilhões de toneladas de gás carbônico. Ele explica que os CFCs, além de destruir a camada que protege a Terra, também contribui para o efeito estufa, com um poder 11 mil vezes maior do que o do CO2. “Dessa forma, nestes 20 anos, quando os países estavam eliminando o uso de CFCs, estavam protegendo a camada de ozônio e também combatendo as mudanças climáticas de uma forma muito efetiva”, afirma.
Apesar das conquistas, Marco González alerta que a comunidade internacional não pode “dormir no ponto”. “É importante lembrar que a tarefa não está concluída, é de longo prazo e a parte mais difícil ainda está por vir”, diz, lembrando que ainda são necessários esforços concentrados e recursos financeiros para alcançar o objetivo de eliminar completamente as substâncias que destroem a camada de ozônio.
(Por Ana Luiza Zenker, Agência Brasil/
Ambiente Brasil, 27/08/2007)