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plano colômbia antidrogas glifosato
2007-08-27
Os efeitos das aspersões de glifosato no território colombiano, com o argumento de que é para destruir as plantações da folha de coca, são conhecidos: água, solo, animais, plantas, todos estão contaminados. Agora, uma Comissão Científica equatoriana elaborou o estudo "O sistema de aspersões aéreas do Plano Colômbia e seu impacto sobre o ecossistema e a saúde na fronteira equatoriana" para analisar esses efeitos no território do Equador.

A decisão de elaborar o estudo partiu do presidente equatoriano, Rafael Correa, que está reunindo o maior número de documentos para embasar o processo a ser apresentado contra a Colômbia no Tribunal Internacional de Haya (Holanda). Correa espera que o país vizinho seja responsabilizado pelas perdas de produção dos camponeses, pela aridez das terras da fronteira, pelos gados mortos e pelas doenças causadas por sete anos de aspersões de glifosato na fronteira.

O estudo da Comissão mostrou que as aspersões aéreas têm conseqüências agro-sociais, ecológicas, econômicas, na saúde humana e animal, o que sustenta cientificamente o pedido do Equador para que a Colômbia acabe definitivamente com as aspersões aéreas na zona de fronteira, dando uma margem de segurança de pelo menos 10 km.

Análise feita em moradores das regiões afetadas aponta que existem danos aos seres humanos em nível cromossômico de 26% comparado com uma população não moradora de áreas que sofrem com os pacotes de herbicidas (contendo glifosato), e de 4% quando são usados outros agentes genotóxicos. No material genético dos indivíduos expostos, avaliados com o teste cometa (eletroforeses de células únicas), a alteração do material genético é quatro vezes maior (26% de dano médio), se comparada com grupos não expostos.

Em plantas, o glifosato produz alterações durante a divisão celular e no material genético (cromossomos). O estudo também observou que os danos causados em seres humanos, animais e vegetais são proporcionais à proximidade ou distância de que esses estão em relação à fronteira: quanto mais perto se vive da área afetada, maiores são os efeitos. Alguns ecossistemas afetados nunca se recuperam completamente. Segundo o estudo, há extinção de espécies, contaminação da água, solo, plantas e ar.

"Existem suficientes estudos internacionais que provam o efeito nocivo do sistema de aspersões aéreas do tipo implementado, e do próprio glifosato e seus coadjuvantes, que mostram os danos ecológicos em diferentes níveis: ecossistemas e suas interações, plantas, animais, microorganismos, células, hormônios, genes e cromossomos", disse o estudo.

Além dos impactos químicos, o derramamento de produtos tóxicos na zona da fronteira causa temor, migração, ruptura dos suportes comunitários, destruição de fontes de alimentação e sustento econômico, impacto no meio ambiente e espécies benéficas.

As aspersões, segundo o estudo, contradizem toda norma de respeito aos direitos humanos, contrariam as normas éticas e de convivência pacífica, além de descumprirem o Princípio de Precaução reconhecido pelos mais altos organismos internacionais: Nações Unidas, Organização Mundial da Saúde, Organismo Internacional de Direitos Humanos e Convênio sobre Diversidade Biológica.

A Comissão técnica-científica equatoriana questiona e condena o uso do sistema de aspersão aérea e recomendo a imediato fim do mesmo. O Governo da Colômbia disse, em julho deste ano, que pretende diminuir as fumigações na fronteira. A Secretária da República do Equador, María Fernanda Espinoza, apesar de comemorar a decisão, pede que as autoridades colombianas elaborem um documento demonstrando essas intenções para que ela seja crível.

(Adital, 23/08/2007)

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