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Dmae crise da água
2007-08-27

Para reduzir o volume de perdas de água durante o processo de captação, tratamento e distribuição, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) persegue uma meta ambiciosa para este ano: baixar o índice dos atuais 37% para 34%. Para alcançar a redução, o departamento ataca em onze frentes que integram o Coopera, Programa de Combate Orientado às Perdas de Água (veja quadro anexo).

Iniciado em 2003, por meio de um convênio entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Ministério das Cidades, o Coopera ainda apresenta resultados distantes do objetivo final – entre 2005 e 2006, o volume diminuiu apenas 0,5%. A redução das perdas é uma das formas de contrapartida da prefeitura nos financiamentos de bancos nacionais, como as verbas da Caixa Econômica Federal para o Programa Integrado Socioambiental (Pisa).

É considerada perda de água a diferença entre o volume captado e aquele medido na distribuição. Entram no índice as perdas físicas, como vazamentos na rede distribuidora, e as não físicas, como falhas na medição e ligações clandestinas. A média nacional de perdas é de 39%. Segundo o coordenador do Coopera, Vladimir Ortiz da Silva, até o início do programa, muitos procedimentos técnicos necessários, como a lavagem inicial de redes novas, por exemplo, não eram contabilizados como perdas.

“O resultado desse trabalho não é imediato. Precisamos ter estatísticas e quantificar o que está ocorrendo. É esse procedimento que nós estamos fazendo agora. Antes, não havia sequer estimativas. O fundamental é que agora nós estamos conseguindo, pelo menos, evitar que a perda seja maior."

O Dmae está investindo R$ 190 mil na compra e instalação de macromedidores nas saídas das oito estações de tratamento de água. Seis desses equipamentos já estão em operação. Antes da macromedição, estimava-se que, durante o processo de tratamento, quando também ocorre a dissipação, a perda era de 3%. Hoje, sabe-se que esse percentual varia de acordo com as peculiaridades de cada estação (em algumas, a perda é de 7%).

Ano passado, outra iniciativa para combater o desperdício foi adotada pelo Dmae: assinatura de um termo de cooperação técnica com uma empresa especializada na implantação de torneiras econômicas, com tempo determinado de vazão. A tecnologia foi instalada em quatro escolas, com o objetivo de observar o grau de economia proporcionado pelo equipamento e a viabilidade de estender o uso às demais escolas da rede municipal, além de órgãos públicos.

Para uma mudança cultural, visando reduzir em 10% o consumo de água nos órgãos públicos, o Dmae passou a informar o consumo registrado nesses locais, o que antes não acontecia. “Esse programa é extremamente complexo. Envolve diversos setores e secretarias e precisa de ajuste cada vez maior em todas as áreas”, destaca Vladimir.

A dificuldade no combate ao desperdício de água não é exclusividades de Porto Alegre. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), considerada a maior empresa brasileira do setor, apresenta índice de 32% de perdas.  

(Ascom Prefeitura de Porto Aegre, 24/08/2007)


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