O chanceler boliviano, David Choquehuanca, reiterou na quinta-feira (23/08) ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, as reclamações de seu país sobre o projeto de construção de duas grandes hidrelétricas no rio Madeira. Autoridades bolivianas afirmam ser necessária a realização de estudos para evitar impactos ambientais e de saúde.
Choquehuanca disse, após encontro com Amorim, que a Bolívia não se opõe à construção das represas de Santo Antônio e Jirau, embora tenha expressado preocupações com uma eventual epidemia de malária e com a falta de peixes após o término das obras.
O ministro boliviano disse ainda que seu país encaminhará em breve ao governo brasileiro um questionário contendo dúvidas relativas ao megaprojeto energético. As obras das represas no rio Madeira visam a construção de hidrelétricas com potência de 6.450 megawatts.
Os projetos, que devem ser licitados entre este ano e 2008, são considerados vitais para aumentar a capacidade energética do Brasil, evitando uma crise energética como a que se abateu sobre o país em 2001. O rio Madeira recolhe quase todas as águas da metade norte da Bolívia e é um dos maiores afluentes do Amazonas, o rio mais caudaloso do mundo e que corta a região Norte.
Choquehuanca disse ainda que obteve de Amorim a promessa de que o "processo" de construção das represas "tem de ser levado de forma transparente (...) teremos todas as informações sobre este tema".
(AmbienteBrasil, 25/08/2007)