O Irã parece ter feito pouco progresso na direção de enriquecer quantidades significativas de urânio neste verão, mas não está claro se o fato deve-se a problemas técnicos ou ao temor das sanções mais duras da Organização das Nações Unidas, dizem diplomatas. "Pode ser técnico, pode ser político, pode ser ambos. Temos que entender as razões", disse um diplomata próximo das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no complexo subterrâneo da República Islâmica em Natanz.
"Mas eles estão aparentemente longe (de produzir combustível nuclear em quantidades suficientes para uso)", disse ele antes da publicação do relatório detalhado da AIEA sobre o Irã, prevista para quarta-feira, que será usado por seis potências mundiais como guia para suas próximas decisões ou sanções.
Junto com o ritmo lento de enriquecimento há um novo pacto iraniano com a AIEA para resolver em fases, que vão até o final deste ano, questões sobre suas atividades nucleares. Países ocidentais suspeitam da existência de tentativa de fabricação ilícita de bombas atômicas.
Mas Teerã nega o ritmo lento e afirma que o trabalho está progredindo normalmente e sem parar, rejeitando os pedidos da AIEA pela suspensão da expansão além da atividade atual, a fim de reativar as negociações sobre uma solução pacífica para a crise.
Washington afirma que a recusa do Irã em suspender o enriquecimento significa que as grandes potências farão consultas sobre sanções mais duras. Estima-se que o Irã tenha 3.000 centrífugas -- máquinas que podem enriquecer urânio para a geração de eletricidade ou para uso em bombas --, número suficiente para a produção de combustível nuclear em "escala industrial".
(Por Mark Heinrich, Reuters, 26/08/2007)