Manuela Serra, Laura Paranhos, Maria Luiza, Gabriela Corrêa, Natalie Silveira e Dina Steagall, de 9 anos, são freqüentadoras assíduas da recicloteca que transforma lixo em brinquedo da Escola Stance Dual, em São Paulo. “A gente reaproveita o lixo e faz um monte de coisa. Eu acho até mais legal do que um brinquedo novo, porque é a gente que faz e se cansar dá pra fazer outra coisa”, diz Maria Luiza.
Na hora do intervalo, uma turma de 30 alunos fica usando a imaginação e inventando coisas novas. Os alunos e professores da escola levam lixos recicláveis, como garrafas pets, tampinhas de refrigerante, caixa de papelão, latinha de refrigerante e a professora Rosana Morales os ensina a transformar aquele lixo em brinquedo. O resultado? Fantoches, porta-retratos, bonecos, máquinas fotográficas, microfones e o que mais a criatividade mandar.
“Os meus brinquedos favoritos são o ‘vai-e-vem’ e o ‘bilboquê’” , conta Dina Steagall, de 9 anos. “Eu já fiz um ‘vai-e-vem’ para brincar com o meu irmão em casa.” Esses dois brinquedos foram adaptados pela professora. Algumas garrafas pet, um barbante, rolhas, tampinhas de refrigerante e umas canetinhas, já são suficientes para muita diversão. Laura já nem lembra mais quantos brinquedos criou na recicloteca. “Eu fiz um armário de roupa de boneca, um bercinho e um Frankenstein super assustador com caixas de sapato.”
Alguns brinquedos elas levam pra casa, outros, entregam na creche do bairro. “A gente já fez um teatro com fantoches e apresentamos uma peça com as crianças da creche. Foi muito legal.”
Lição de casa
Essa turma não recicla só na escola. Papel, plástico, vidro, orgânicos e metal são separados na casa de cada uma delas. “Muita gente acha que o lixo não diminui se uma pessoa não reciclar, mas isso não é verdade, o lixo diminui sim”, avisa Maria Luiza. “E se uma pessoa começar a reciclar, outras pessoas podem começar por causa dela, aí a gente diminui a poluição dos rios e do nosso planeta.” Anotou essas dicas? Então que tal inventar o seu próprio brinquedo?
(Por Julia Contier, O Estado de S.Paulo, 25/08/2007)