O destino final dos resíduos domiciliares do município de Estância Velha (RS) fica localizado em uma área lindeira ao terreno da Utresa. A divisa entre o lixão da prefeitura e a central de resíduos industriais é apenas uma cerca. O que se vê no lixão de Estância Velha são resíduos a céu aberto.
Interditado pela FEPAM, a prefeitura de Estância Velha, governo do prefeito Elivir Desiam (PT), espera pela entrega de uma vala que está sendo construída pela UTRESA. O contrato entre a Utresa e a Prefeitura de Estância Velha decorreu a partir de uma dívida dessa OSCIP com o Município. Cálculos feitos a época ficou o compromisso da Utresa de entregar a vala para os resíduos urbanos do Município em contrapartida a Prefeitura daria a quitação do débito identificado pela Fazenda.
O contrato teve aditamento pelo atraso da Utresa na entrega da vala ao Município.
O que interessa aos contribuintes de Estância Velha e a sociedade em geral: 1) Qual o débito da Utresa junto ao Município?
2) Qual o custo no mercado da construção de uma vala, a qual a Utresa está construindo e deve em breve entregar a Prefeitura?
3) Há passivo ambiental nessa área do lixão?
4) Se há, quem é o responsável?
5) Quem fazia a fiscalização desse empreendimento?
6) O lixão da Prefeitura de Estância Velha teve alguma influência no passivo ambiental da área da Utresa?
O que se sabe é que existe um processo administrativo, na prefeitura de Estância Velha, onde mostra diversas fotografias de que uma canalização vinda da Utresa, por onde passava líquido contaminante e que era despejado no lixão do Município.
Ora, se a área da Utresa apresenta um enorme passivo ambiental, apontado no relatório da auditoria empresa Geoklock, e que o processo da prefeitura de Estância Velha mostra que existia uma canalização clandestina, dessa central de resíduos industriais (Utresa) para o lixão, isso significa que há fortes indícios de que pode haver um passivo ambiental também na área do lixão da Prefeitura de Estância Velha. Cabe uma auditoria na área do lixão de Estância Velha para se possa conhecer o comprometimento ambiental e se o que pode ter contribuído para o acidente da mortandade de quase 90 toneladas de peixes no Rio dos Sinos. Porque será que o prefeito Elivir Desiam (PT) não tornou público o processo que mostra a canalização vinda da Utresa para o lixão da prefeitura?
(
Máfia do Lixo, 22/08/2007)