O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto no Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS), Rui Porto, ocupou por 10 minutos a tribuna da Câmara de Vereadores na noite de ontem. Falou principalmente contra a municipalização da água anunciada pelo prefeito municipal Marlon Santos (ver página 4). “A água não deve pertencer a uma empresa, ela é de todos”, afirmou.
O presidente do sindicato afirmou que tratar a água não é tarefa simples e utilizou como exemplo a província de Buenos Aires, que terceirizou o serviço a uma empresa francesa que havia feito inúmeras promessas de investimentos. “Além do caos com a qualidade da água, houve um reajuste na tarifa de 150%, sem nenhum investimento nas estruturas de captação e tratamento locais”, relatou. Avisou ainda que um contrato com uma empresa que tenha aporte de investidores internacionais é muito difícil de ser quebrado, pois é amparado em leis de negociações internacionais, levado para discussão judicial na Organização Mundial do Comércio.
InvestimentoPorto faz o mea culpa da estatal: “A Corsan deveria ter investido mais em Cachoeira. Agora, o melhor caminho para a cidade é a criação do fundo de gestão compartilhada que estava sendo proposto, mediante um contrato democratizado onde o Município tenha poder de decisão e possa escolher onde serão direcionados os investimentos”, concluiu. Pelo menos 30 funcionários da Corsan e seus familiares ocuparam a assistência da Câmara para ouvir o pronunciamento do presidente do Sindiágua. O sindicato está buscando uma data para promover uma audiência pública em Cachoeira do Sul para discutir a municipalização.
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Jornal do Povo, 24/08/2007)