Em 06/10/2006 um pescador deu o sinal. Milhares de peixes mortos no Rio dos Sinos. Foram quase 90 toneladas de peixes mortos, pelo menos dez espécies diferentes entre dourados, jundiás e grumatãs estavam espalhados por longos 15 km, desde as águas do Arroio Portão em Estância Velha até o Delta do Jacuí no município de Canoas (RS). Uma catástrofe ambiental nunca vista em todas as águas brasileiras. Um rio acostumado à mortandade de peixes pela mão do homem.

A UTRESA, de Estância Velha (RS), é apontada pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul como a principal responsável pela mortandade de quase 90 toneladas de peixes no Rio dos Sinos. A UTRESA - União dos Trabalhadores em Resíduos Especiais e Saneamento Ambiental, na verdade é uma OSCIP [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público] e tinha por diretor o engenheiro Luiz Ruppenthal. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM-RS), órgão do governo do Rio Grande do Sul, responsável pelo Meio Ambiente, realiza sucessivas vistorias nas indústrias de Estância Velha para acompanhar as determinações inseridas nas licenças ambientais concedidas as empresas locais.

A Prefeitura de Estância Velha, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, monitorava as industrias sediadas nesse município. Determinada pela Justiça que fosse realizada uma auditoria na UTRESA, terça-feira (21/08) no município de Estância Velha (RS), na sede do Fórum local foi apresentado pela empresa Geoklock o relatório da auditoria, em uma audiência pública, onde estiveram presentes, o representante da UTRESA, advogado Fernando Couto, o promotor do Ministério Público do RS, Paulo Eduardo de Almeida Vieira, os interventores ambientais na UTRESA nomeados pela Justiça, biólogo Jackson Muller e o geólogo Sandro Bertei, o Juiz de Direito da Comarca de Estância Velha, Nilton Luis Elsenbruch Filomena, e os auditores da empresa Geoklock e os 16 sistemistas da UTRESA. A Empresa apresentou uma síntese dos resultados da auditoria, destacando os principais aspectos analisados. Dentre eles:

a) Fontes potenciais de contaminação;
b) Poluição causada por percolados e chorume;
c) Sistemistas;
d) Disposição dos resíduos nas valas.

O que imediato se pode concluir a partir da auditoria uma demonstração do descaso do administrador com a questão da proteção ambiental.

(Máfia do Lixo, 22/08/2007)