A empresa Multti Serviços Tecnologia Ambiental Ltda que é a dona do lixão em Nova Santa Rita (RS), deveria tomar conhecimento de que a gleba de terra, que está ao lado da mata nativa lindeira ao seu empreendimento é de propriedade de sem terras. Esses agricultores não são invasores da área em que estão assentados. Até hoje não se tem conhecimento de que o MST (Movimento dos Sem Terras) tenha invadido a área de 13 hectares da empresa Ambiental Transportes e Serviços Ltda, hoje de titularidade da Multti Serviços Tecnologia Ambiental Ltda.
Assim como também não se tem conhecimento de que tenha ocorrido acidente na célula (cava) do lixão, cuja licença ambiental de instalação foi suspensa pela Fepam. A prevenção de acidentes em lixões é a melhor estratégia, por isso que a Fepam faz constar nas Licenças de Instalação desses empreendimentos o devido cercamento da área. Ou seja, a empresa dona do lixão deveria se preocupar em cercar a área em condições de que evite animais ultrapassem o cercamento. Manter segurança para evitar que transitem pessoas estranhas ao empreendimento particular é outra estratégia. Telhado é interesse subliminar na continuidade da instalação do lixão, que tem licença ambiental suspensa, por não atender a legislação municipal.
Obras continuamA Multti Serviços Tecnologia Ambiental Ltda, que adquiriu a central de resíduos industriais da empresa Ambiental Transportes e Serviços Ltda, em Nova Santa Rita (RS), e que teve suspensa pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM-RS) a sua licença de instalação na data de 23 de agosto de 2007, está dando continuidade na obra, ou seja, continua implantando o lixão.
A diretora-presidenta da FEPAM, Ana Maria Pellini, recebeu um ofício com o timbre da empresa Multti Serviços Limpeza e Conservação Ltda, assinado pelo diretor João Martins, da Multti Serviços Tecnologia Ambiental Ltda e com a data de 15 de agosto de 2007, onde informa a fundação que:
1. Estaremos executando os serviços de colocação de vigas de concreto e trilhos para evitar que a geomembrana já instalada não seja danificada pelo efeito de vento ou chuvas, visto que, essas são necessárias para fazer o travamento da geomembrana;
2. Colocação do telhado para cobertura da célula, afim de evitar possíveis acidentes com moradores que cruzam a área para se deslocar de um sítio para outro, e também para evitar qualquer tipo de acidente que possa ocorrer com a célula estando aberta sem nenhuma proteção para evitar a entrada ou acidentes de pessoas ou animais podendo causar risco de morte. Tal fato é consideravelmente eminente, visto que lindeira a área, existem acapamanetos de Sem Terras;
3. Recobrimento dos acessos e áreas já executadas com brita ou grama, para evitar erosões que já estão ocorrendo e causando prejuízos financeiros aos investimentos realizados.
O documento tem carimbo da FEPAM e a assinatura da Ana Maria Pellini com o seu conhecimento de acordo. Isso aconteceu em decorrência do item 2 da Decisão Administrativa no. ASSEJUR-004/2007 da FEPAM que viabilizou essa brecha para a empresa privada pudesse dar continuidade ao seu empreendimento.
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Máfia do Lixo, 22/08/2007)