Cientistas chineses instalarão em outubro numa área próxima ao Pólo Sul uma rede de sensores sem fios para controlar as mudanças nas geleiras da Antártida. Segundo informa a imprensa estatal chinesa, a rede, formada por aparelhos do tamanho de um telefone celular, vai recolher dados da Cúpula A, o ponto mais alto do planalto antártico, 4.093 metros acima do nível do mar.
A informação complementará a fornecida pelos satélites, que ajudaram os cientistas a criar mapas de alta resolução da Antártida, medir os movimentos da camada de gelo e rastrear o degelo na superfície do continente. "Os dados de satélite não são suficientemente confiáveis sem evidências de terra, difíceis de conseguir devido ao ambiente inóspito", explicou Cheng Xiao, da Academia de Ciências da China.
Em outubro próximo, a China enviará a sua 24ª expedição à Antártida. Os cientistas também vão buscar o melhor lugar para instalar seu terceiro centro de pesquisa no Pólo Sul. O país já conta com as estações Grande Muralha e Zhongshan. A estação vai estudar a evolução climática do planeta no último milhão de anos. Ela será equipada com sete telescópios, um radar acústico e dois sistemas para controlar os movimentos atmosféricos, segundo a agência estatal "Xinhua".
Além disso, a equipe vai construir um registrador automático meteorológico na Cúpula A, considerada o melhor ponto da Terra para observar as estrelas. O céu é limpo 99% do tempo, está sempre escuro durante o inverno, e livre de distorções provocadas pela luz solar, pó e vapor. A missão chinesa também vai perfurar o gelo até 3 mil metros de profundidade para recolher informação sobre o clima de 1 milhão de anos atrás, segundo Qin Dahe, especialista em geleiras.
(
Efe, 23/08/2007)