A situação das comunidades negras da Paraíba e as políticas governamentais voltadas para os quilombolas no Estado serão discutidas a partir desta sexta-feira (24/08), no III Encontro de Comunidades Negras/Quilombolas da Paraíba - Territórios Quilombolas e Geração de Renda, no auditório da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), em João Pessoa.
O superintendente do Incra-PB, Frei Anastácio, debaterá com o delegado da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário, Marenilson Batista da Silva, e um representante da Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Social (Seppir) sobre o papel e as ações das instituições na questão quilombola às 15h.
O encontro, promovido pela Coordenação Estadual das Comunidades Negras e Quilombolas da Paraíba (Cecneq) e pela Associação de Apoio aos Assentamentos e Comunidades Afro-descendentes (Aacade-PB), com o apoio do Incra-PB, do MDA, da Conab e da Funasa, reúne, até o sábado, cerca de 80 representantes das 35 comunidades remanescentes de quilombos existentes no Estado.
Na manhã desta sexta, após a apresentação do mapa das comunidades negras da Paraíba, a antropóloga do Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra-PB, Ester Maria Fortes, vai participar da Mesa Temática “Território Quilombola: Conceito e Legislação” juntamente com um representante da Comunidade Bonfim, no município de Areia – área quilombola a 122 km da capital paraibana que se encontra em processo de regularização pelo Incra-PB.
A antropóloga vai falar sobre o trabalho do Incra-PB na realização do levantamento sócio-histórico da comunidade para elaboração do Relatório Antropológico, indispensável ao reconhecimento, delimitação da área reivindicada pela comunidade, demarcação física e titulação.
Segundo Ester Maria Fortes, os proprietários das áreas que abrangem a Comunidade Bonfim já foram notificados e a fase atual dos trabalhos compreende entrevistas com moradores e observação participante da vida cotidiana da comunidade.
A publicação do relatório antropológico no Diário Oficial da União, é o primeiro passo para a regularização da Comunidade Bonfim, onde moram aproximadamente 22 famílias remanescentes de uma comunidade quilombola. A propriedade, que abriga o Engenho Bonfim, atualmente desativado, foi vendida há cerca de cinco anos e se transformou em área de conflito.
(
Correio da Paraíba, 24/08/2007)