O relatório de impacto ambiental (Rima) concluiu que a usina vai provocar 73 impactos, sendo 62% ligados a aspectos sócio-econômicos. Uma das conseqüências mais evidentes da instalação de um empreendimento energético de médio porte nos confins da Amazônia mato-grossense é o interesse repentino das mineradoras Anglo American e também da Votorantim na região. A empresa de Antonio Ermírio de Moraes tem 13 projetos de pesquisa mineral em andamento no município, próximos às terras indígenas Arara do Rio Branco e Aripuanã. E planos para exploração de zinco já para o ano que vem.
Foram identificados 52 impactos ambientais negativos de baixa significância. E alguns não só relevantes, como de difícil qualificação. Entre eles alteração de hábitat para espécies migratórias, aquáticas e limnológicas, supressão de trechos florestais, interferência nos padrões culturais da população local, modificação de paisagens naturais e interferência no patrimônio arqueológico. Além disso, estão previstos diminuição de hábitats aquáticos específicos e sítios reprodutivos para herpetofauna, alterações de populações de algas macrófitas associadas ao leito do rio Aripuanã, mudanças na vegetação associada às cachoeiras e na população de andorinhões, aves que freqüentam os saltos e que deram nome a um deles.
O Rima admitiu que, por falta de conhecimento, existe o risco de diminuição de espécies ou mesmo a ocorrência de extinções locais e ressalta a possibilidade disso incluir endemismos na região. Para tentar compensar o impacto, os empreendedores arrendaram 3.200 hectares da área verde vizinha à hidrelétrica, na margem esquerda do rio, e transformaram-na em reserva legal. Uma vez iniciada a obra, caso não haja interrupções, sua previsão de término é de quatro anos, com um custo de 538 milhões de reais.
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24 Horas News, 22/08/2007)