Obrigação de desviar produção para o mercado local prejudica Petrobras. A estatal boliviana YPFB concluiu na terça-feira (21) as negociações sobre os acordos de entrega da produção de petróleo e gás de todas as empresas estrangeiras que operam no país, incluindo a Petrobras. Na opinião de observadores próximos, a estatal brasileira foi, mais uma vez, a mais prejudicada no processo.
A Petrobras foi uma das últimas a fechar o acordo, apontam fontes próximas às negociações. É justamente na redistribuição dos volumes de entrega que residem as perdas da empresa.
Os acordos seguem o modelo da resolução do início do ano que desviou parte do gás dos campos de San Alberto e San Antonio, operados pela companhia, para o mercado interno. A resolução determina que cada campo terá uma parcela de vendas no mercado interno proporcional à sua importância no volume total produzido no país.
Os acordos de entrega estipulam o destino da produção de cada campo, fator que tem grande relevância sobre a rentabilidade dos projetos. Isso porque o mercado interno, considerado prioritário, paga pouco mais de US$ 1 por milhão de BTU, enquanto as exportações para o Brasil valem cerca de US$ 4 por milhão de BTU. O contrato futuro com a Argentina, terceiro na ordem de prioridades, vai pagar US$ 5.
À imprensa local, o presidente da YPFB, Guillermo Aruquipa, disse que houve reuniões por toda a madrugada e que os primeiros sinais de consenso surgiram de manhã.
As empresas levam agora uma minuta do acordo de entrega para avaliação em seus países de origem. A previsão é que em duas semanas os termos sejam assinados definitivamente.
(Agência Estado, 22/08/2007)