A Companhia Vale do Rio Doce vai suspender o fornecimento de minério de ferro para duas siderúrgicas no Pará. A medida é resultado de decisão da empresa de não mais vender para empresas que descumprem a lei ambiental.
A medida atinge a Cosipar, maior siderúrgica do estado, e a Usina Siderúrgica de Marabá. Segundo informou a companhia nesta quarta-feira (22), as duas empresas não vêm cumprindo a legislação ambiental ao comprar carvão vegetal de fornecedores acusados de utilizar mão-de-obra escrava.
"Essa medida pode se estender a outras empresas, se nós julgarmos que são merecedoras do mesmo tratamento", afirmou no comunicado o diretor-executivo de ferrosos da companhia, José Carlos Martins.
"Nós estamos focando aquelas empresas que têm o maior número de autuações e que não têm demonstrado, na prática, esforço para corrigir a situação".
A rescisão do contrato entra em vigor a partir de 1º de setembro. Em nota, a Vale afirma que o Ibama ajuizou uma ação civil pública contra a siderúrgica em que acusa a Cosipar de passivos ambientais.
Segundo o executivo, há a possibilidade de que a Vale aumente o número de empresas que não receberão minérios, caso elas não procurem se enquadrar à legislação.
Outro lado
Procurada pelo G1, a Cosipar negou qualquer irregularidade trabalhista ou ambiental. Sobre a ação do Ibama, a empresa informou não ter sido citada pela Justiça Federal na ação civil pública mencionada pela CVRD. A Cosipar informou ainda que vai apresentar defesa apenas quando for notificada pela Justiça.
O G1 procurou a Usimar, mas nenhum representante da empresa foi encontrado para comentar o assunto.
(
G1, 22/08/2007)