O Brasil detém a sexta maior reserva de urânio do mundo e é um dos três países que dominam todo o ciclo nuclear. Por isso, não pode abrir mão da energia nuclear para garantir o abastecimento energético necessário ao crescimento econômico e ao atendimento do consumo da população.
A avalição é do presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, que participou nesta quarta-feira (22/08) do 2º Seminário de Energia Elétrica e Crescimento.
"Dominamos todo o ciclo do urânio, assim como o do petróleo. Do ponto de vista da energia nuclear, apenas Estados Unidos e Rússia têm situação semelhante: dominam o ciclo atômico e possuem reservas para atender à própria demanda. Este é um diferencial e uma grande vantagem que o país não pode ignorar”.
De acordo com Silva, o urânio responde por 47% das reservas energéticas não-renováveis totais do país (atual e estimada), superando o petróleo (30%) e o gás natural (23%).
“Temos a sexta maior reserva mundial de urânio, embora tenhamos prospectado apenas 30% do nosso solo. Elas somam 309 mil toneladas equivalentes de petróleo, o que equivale a 238 anos de funcionamento do Gasbol [gasoduto Bolívia-Brasil] e o dobro das reservas atuais de gás da Bolívia”.
Ele disse, ainda, que o Brasil deverá implementar de quatro a oito novas plantas nucleares nas próximas duas décadas, o que agregará entre quatro a oito mil megawatts de energia ao sistema entre 2016 a 2030.
Segundo Silva, entre 2007 e 2030, a energia nuclear deve aumentar em até 68% em todo o mundo.
(Por Nielmar Oliveira, Agência Brasil, 22/08/2007)