O Projeto de Lei 320/2007, do deputado Adroaldo Loureiro (PDT), que obriga estabelecimentos comerciais a utilizar embalagens plásticas oxi-biodegradáveis, recebeu apoio, nesta quarta-feira (22/08), da presidente do Movimento das Donas-de-Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul, Edy Mussoi. O PL pretende substituir, num prazo de três anos, as atuais sacolas à base polietileno, por material menos danoso ao ambiente.
Loureiro observa que descarte inadequado do plástico é um dos mais conhecidos e graves problemas ambientais do mundo. Onde não existe a coleta seletiva e a reciclagem, esse plástico termina assoreando rios, entupindo tubulações, e intoxicando animais. Em aterros sanitários e lixões a céu aberto, dificulta e impede também a decomposição de outros materiais biodegradáveis. "Em média, cada saquinho jogado no lixo pode demorar de um até três séculos para desaparecer completamente", explica o autor. Já o produto oxi-biodegradável se decompõe em um tempo médio de 18 meses.
Alternativa
O Brasil produz anualmente 210 mil toneladas de plástico filme, a matéria-prima dos saquinhos plásticos, produzido a partir do polietileno originado do petróleo e poluente também durante sua produção. Isso representa cerca de 10% do lixo, que geralmente é descartado nos corpos hídricos do país. Segundo estudos da Fundação Verde (Funverde), cada família brasileira utiliza cerca de 66 sacos plásticos por mês, descartando com isso 40 quilos do produto por ano. No entanto, a ciência já encontrou resposta para este problema, já posta em prática nos Estados Unidos e na União Européia, através de uma tecnologia baseada na introdução de um aditivo, pró-degradante, que é incorporado ao processo de produção do plástico convencional, e que através da chamada oxi-degradação acelera a decomposição do plástico, logo após a sua manufatura, e se intensifica quando o produto é exposto ao calor, luz ou estresse.
Cana-de-açúcar
O deputado acrescenta que já existem no Brasil em torno de 50 empresas habilitadas a produzir o plástico oxi-biodegradável, inclusive no Rio Grande do Sul, e muitos estabelecimentos comerciais já começam a encomendar estas embalagens, dando exemplo de procedimento ecologicamente correto. "Também cabe registrar que a Braskem, com tecnologia desenvolvida no Centro Tecnológico de Triunfo, se prepara para produzir o plástico verde, a partir do etanol da cana-de-açúcar, cuja certificação foi concedida por laboratório internacional, que atestou que o produto contém 100% de matéria prima renovável", finaliza Loureiro.
A Braskem prevê o início da produção em escala industrial para 2009. Este polímero ecológico poderá ser usado pela indústria automobilística, de embalagens alimentícias, cosméticos e artigos de higiene pessoal.
(Por João Silvestre, Agência de Notícias AL-RS, 22/08/2007)