Estados do oeste dos EUA e províncias do Canadá decidiram na quarta-feira reduzir suas emissões de carbono até 2020, promovendo os créditos de carbono e indo além das iniciativas da Casa Branca contra o aquecimento global. A Iniciativa Climática do Oeste, liderada pelo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, visa a reduzir as emissões até 2050 para 15 por cento abaixo dos níveis de 2005.
"Nosso compromisso coletivo vai construir um sistema regional bem-sucedido a ser vinculado com outros esforços em todo o país e finalmente no mundo", disse Schwarzenegger em nota. Cientistas dizem que a elevada concentração de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, levará a tempestades catastróficas, secas e inundações, devido ao aumento das temperaturas e o degelo das calotas polares.
A Iniciativa, formada por seis Estados dos EUA e duas províncias do Canadá, também decidiu formar um mecanismo de comercialização de créditos de carbono até o final de 2008. O objetivo do acordo é modesto em relação a outro acordo regional, feito recentemente por Nova Jersey e Flórida, para reduzir em 80 por cento suas emissões de carbono até 2050. Schwarzenegger também defende que a Califórnia faça cortes profundos.
Para muitos, as metas definidas pela ICO estão longe de serem suficientes. "Essas metas mal são consistentes com o que precisa ser feito", disse em entrevista John Coequyt, analista de política energética do Greenpeace, em Washington. A força do pacto do oeste da América do Norte, junto com o acordo semelhante entre dez Estados na Costa Leste dos EUA, está em pressionar o Congresso dos EUA a aprovar uma legislação que regulamente as emissões de gases do efeito estufa, segundo ele.
O pacto do Oeste não inclui Alberta, província canadense onde se concentra a exploração de gás e petróleo do país, inclusive com a extração de areia betuminosa (piche), cuja produção demanda muito carbono. Arizona, Califórnia, Novo México, Oregon, Washington e Utah são os membros norte-americanos do pacto. Manitoba e Colúmbia Britânica são as províncias canadenses que aderiram.
Os EUA são o maior emissor mundial de gases do efeito estufa, seguido pela China. O presidente norte-americano, George W. Bush, defende ações voluntárias contra os gases que retém o calor na atmosfera, ao invés de regras de cumprimento obrigatório.
(Por TIMOTHY GARDNER, REUTERS/
Estadão, 22/08/2007)