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crueldade com animais
2007-08-22
No próximo dia 25 de agosto, o Grupo pela Abolição do Especismo Porto Alegre (GAE) planeja uma concentração contra o que chama de "escravidão animal" durante a maior feira do agronegócio gaúcho, a Expointer 2007.

O objetivo é mostrar repúdio à exploração e assassinato de animais no evento, onde cerca de cinco mil animais estarão expostos, dentre eles, alguns dos mais premiados do Brasil. "Esses animais estão lá para saciar a curiosidade humana, sendo vítimas de grande estresse e destinados tão somente a ampliar os lucros daqueles que os exploram", afirma uma das ativistas, cujo nome não é revelado. Ela argumenta que a visitação à Expointer não é um lazer saudável e, por se tratar da participação em um evento extremamente doloroso para os animais, não faz bem às crianças. "Sem contar que a maior parte dos animais expostos vai ser morta para o prazer humano, sem qualquer chance de escapar, sem qualquer chance de viver sua vida na integralidade, sem poder estar com seus familiares, sem poder seguir seus instintos, sem direito à liberdade", acusa.

Para o GAE, os interesses dos animais são completamente ignorados em favor dos interesses humanos. "São os escravos do nosso tempo", dizem. O dever desses pessoal, conforme eles próprios, é levar essa mensagem a pessoas bem intencionadas, influenciadas pela mídia e que acreditam que a visita à Expointer é um passeio inocente e sem conseqüências para os animais.

Os argumentos do GAE não param por aí. "Os humanos se vangloriam de evoluir. Do tempo das cavernas aos dias de hoje, muitos hábitos e muitas tradições foram substituídas", critica a ativista por e-mail.

É assim, segundo ela, que o sexismo e o racismo estão sendo superados. "Ainda que a superação esteja ainda em processo", acredita. Os ativistas, explica, crêem que muitas pessoas só não deixaram de explorar os animais pela falta de esclarecimento. "Vamos começar nesta Expointer a superação do especismo. Vamos conscientizar as pessoas para que não entrem no Parque de Exposições de Esteio", conclama.

Risco calculado
Mesmo sabedores de que a Expointer se trata de um evento diretamente ligado à setores mais conservadores do agronegócio, os ativistas do GAE não têm medo. Perguntados se haverá algum tipo de risco para quem quiser participar do protesto, eles são categóricos em afirmar que não. "Ficaremos instalados na calçada, pediremos proteção da Brigada Militar para alguma eventualidade. Mas não cremos que possa haver problemas, assim como não houve problemas no ano passado, quando a receptividade popular foi excelente", salienta.

O GAE entende que a violência que acontece com os animais não deve leva-los a reproduzi-la. "Pelo contrário, nossa indignação é passada por meio de atitudes pacíficas, demonstrando precisamente que quem vive em harmonia com o ambiente e com os animais vive em harmonia em todas as esferas da vida", filosofa a ativista.

Chamada geral
O GAE ainda solicita a todos que convidem outros grupos de defesa animal do Estado ou de pessoas simpatizantes para participar do protesto. Pedem apenas que se abstenham de acompanha-los organizações de caráter especista, bem-estarista ou neo-bem-estarista. "O que se passa na Expointer tem vinculação com o que se passa em outras esferas de exploração animal e assim não seria coerente para o GAE unir-se a grupos que aceitam a escravidão animal em qualquer das suas demais dimensões", explicam. Para quem quiser mais informações ou participar do ato na Expointer, o e-mail do pessoal é o gae.portoalegre@gmail.com

(Por Carlos Matsubara, Ambiente JA, 20/08/2007)

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