Fogões solares criados por amadores têm conseguido o que projetos desenvolvidos por engenheiros ligados a programas de incentivo da ONU não puderam fazer. Joe Radabaugh conta esta e outras histórias no livro Heaven's Flame (Chama do Céu), divulgado pelo Solar Cookers International, organização que desde 1987 promove a difusão do cozimento solar.
A Organização das Nações Unidas (ONU) começou a projetar fogões solares e a tentar introduzi-los em comunidades carentes nos anos 50. Na maioria dos casos, o fracasso foi total, em parte por falhas nos estudos e também por razões culturais, o que levou à paralisação de todos os fundos. Mas muitos dos envolvidos continuaram os estudos em seus quintais, como um hobby.
Esses 'cozinheiros solares' abriram novos caminhos, em que a engenharia pesada foi abandonada em favor da simplicidade. Parte deles está reunida no Solar Cooking, que divulga as experiências de seus colaboradores no seu site (http://solarcooking.org), como o modelo feito com pneu, (no Campo de Idéias, ao lado), apontado como o mais simples possível.
O site traz uma área com projetos em português de vários modelos (http://solarcooking.org/portugues), todos testados, além de dicas para aumentar a eficiência. Por exemplo, lista os parâmetros que identificam locais de alto potencial solar (o Brasil é o 13º da lista). Surpreendentemente, as melhores latitudes são entre 15-30° ao norte do Equador, pois as regiões equatoriais, que teoricamente seriam as melhores, tendem a ter mais nuvens.
(Por Lilian Primi,
O Estado de S.Paulo, 22/08/2007)