A Colômbia quer atrair investimentos brasileiros para produção de biocombustíveis no país. Para isso, está disponibilizando aos potenciais investidores mais de três milhões de hectares de terra. - Colocamos à disposição dos investidores do Brasil mais de três milhões de hectares que temos disponíveis para cultivos que podem ser utilizados para produção de etanol e biodiesel. Acreditamos que podem ocorrer alianças de mútuos benefícios - afirmou, nesta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo, após encontro com o chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Segundo Araújo, a Colômbia reconhece no Brasil "uma enorme liderança" na questão.
- Uma vantagem de 30 anos em matéria de pesquisa. Queremos aprender com a experiência brasileira, trabalhar na mesma linha que o Brasil e receber ensinamentos, experiências e investimentos.
A cooperação na produção de biocombustíveis foi um dos temas tratados pelos dois ministros no encontro bilateral realizado às vésperas da 3ª Reunião Ministerial do Foro de Cooperação América Latina - Ásia do Leste (Focalal), que ocorre amanhã e quinta-feira, no Brasil.
Nesta terça-feira, os dois países assinaram um acordo para o ingresso e o trânsito sem passaporte de brasileiros e colombianos que viajam a turismo ou negócios, como já ocorre entre Brasil e Argentina, por exemplo.
O acordo não tem data para entrar em vigor - ainda depende do cumprimento de requisitos legais internos e de notificação por via diplomática.
Colômbia e Brasil também assinaram três ajustes complementares a acordos de cooperação técnica firmados em 1972. Tais ajustes permitirão ao Brasil prestar apoio técnico à Colômbia na implementação de três projetos: bancos de leite humano; programa de aproveitamento de material reciclável para a área urbana do Vale do Aburrá; e capacitação técnica em sistemas de produção de ovinos e caprinos.
A cooperação na área da defesa foi outro tema tratado pelo ministros. Amorim lembrou que ambos os países já atuam em parceria nessa área, e que a Embraer forneceu, inclusive, aviões Tucano para a Colômbia.
Segundo ele, o governo brasileiro aguarda a visita do ministro da Defesa da Colômbia para tocar outros projetos conjuntos. O ministro brasileiro também mencionou o interesse dos dois países na cooperação trilateral com o Peru, em matéria de segurança e defesa.
O chanceler da Colômbia destacou a parceria entre organismos de segurança de seu país e do Brasil, como ocorreu no caso da prisão do traficante Juan Carlos Ramírez Abadia, conhecido como Chupeta.
- Não temos conhecimento de que existam outros traficantes de droga colombianos refugiados no Brasil, mas estamos seguros de que o nível de cooperação entre os organismos de segurança dos dois países é pleno e, na medida em que se conhece qualquer tipo de atividade ilícita que envolve cidadãos de um país no território do outro, atuamos de imediato para resolver.
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Agência Brasil, 21/08/2007)