Sete caminhões carregados com toras de madeira foram apreendidos na madrugada deste último domingo, 19, em Breu Branco, na região sudeste do Pará. As toras foram extraídas ilegalmente da área de Reflorestamento Água Azul II (RAA II), da empresa produtora de silício metálico e sílica fume Globe Metais. Há um mês, a fazenda passa pela décima invasão, o que tem favorecido a ação de bandidos na extração ilegal e furto de madeira. A Polícia Civil fez a apreensão dos caminhões na Vicinal do Carioca, um dos locais utilizados como escoamento ilegal de madeira para serrarias dos municípios de Goianésia e Tailândia.
Na manhã de domingo, quando a polícia retornou ao local do flagrante para retirar os caminhões, dos sete, apenas quatro estavam na Vicinal. Ao longo do dia, mais um caminhão desapareceu. Ao todo, ficaram retidas 14 toras de várias espécies de madeira. Segundo o delegado de Breu Branco, Costa Neto, que acompanha o caso, “as pessoas envolvidas no transporte ilegal da madeira afirmaram ter comprado as toras de sem terra”. A investigação está sendo realizada pela Polícia Civil de Breu Branco e será encaminhada ao Fórum de Goianésia. A Globe Metais já registrou a ocorrência na polícia e aguarda a reintegração de posse da fazenda. Diversos órgãos também já foram alertados sobre a atual situação do local, como o governo do Estado, Delegacia do Meio Ambiente, Secretaria do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
OperaçãoHá um mês, a Vara Agrária de Marabá, com apoio das Tropas do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, comandou a Operação Tocantins e realizou a nona reintegração de posse da fazenda Reflorestamento Água Azul II. Entretanto, em poucas horas, a área já estava ocupada novamente. Segundo levantamento feito pela Globe Metais, durante a nona invasão da RAA II, os invasores construíram 140 barracos na propriedade. A fazenda, que possui manejo florestal aprovado pelo Ibama, teve 57 hectares da plantação de eucalipto destruídos e substituídos por uma plantação de mandioca; várias madeiras do projeto de manejo foram tombadas; lenhas que ocupavam 140 hectares de terra foram queimadas e substituídas por uma plantação de arroz. Pelas ações de desmatamento, há suspeitas de que o grupo de invasores esteja ligado a madeireiros ilegais, por se apropriarem de terras de manejo para extrair e vender madeira ilegalmente. A Água Azul II é considerada um dos principais projetos de manejo florestal com Selo Verde do Pará.
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Diário do Pará, 21/08/2007)