Um grupo de madeireiros ameaça interditar a ferrovia de Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce, no Pará. Há quatro dias, o tráfego na BR-222, estrada que liga o Estado do Pará ao Mato Grosso, está interrompido pelos manifestantes.
Eles protestam contra o Ibama e a Polícia Federal, que desde fevereiro combatem a exploração ilegal de madeira na Reserva Biológica de Gurupi, um dos últimos redutos de floresta amazônica ainda na região. As ferrovias da Vale já foram usadas anteriormente em protestos de índios e quilombolas na região.
A Vale informou que pretende recorrer à Justiça para impedir uma nova invasão em sua ferrovia, o que traz prejuízos à mineradora. Segundo a Vale, em agosto, o Ibama vistoriou cerca de 30 madeireiras, emitiu 48 autos de infração e mais de R$ 1 milhão em multas. Também foram apreendidos quase 5 mil m3 de madeira. Cerca de 2 mil pessoas participaram de um protesto na semana passada, que terminou com um manifestante e três policiais federais feridos.
Agora, os madeireiros ameaçam interditar a ferrovia Carajás, que fica a 15 quilômetros da área do conflito, caso não se chegue a uma solução para o impasse. Os manifestantes exigem ainda a presença do superintendente do Ibama no Maranhão.
(Por Mônica Ciarelli,
Agencia Estado, 20/08/2007)