Furacões são um fenômeno atmosférico que pertence a uma categoria mais ampla, os ciclones tropicais. Como o nome sugere, eles têm duas características básicas: envolvem movimento circular e se formam na faixa da Terra localizada entre os trópicos.
Eles necessariamente surgem sobre o oceano, pois dependem de duas coisas: a forte condensação de vapor d'água em altas atitudes e a presença de água quente na parte de baixo, que ajudará a alimentar o sistema. O processo de giro do furacão está associado à rotação da Terra, e seu surgimento é descrito por um processo conhecido como efeito Coriolis. É esse efeito também o responsável por estabelecer a trajetória do furacão, uma vez que ele surge sobre o oceano.
O processo de condensação em altas altitudes, iniciado pelo calor proveniente do Sol, gera energia mecânica, que aumenta a velocidade dos ventos. Com água quente abaixo dele, o sistema entra numa retroalimentação positiva e "ganha vida", produzindo convecção (a região da atmosfera afetada pelo fenômeno basicamente se mistura, com o que está embaixo indo para cima e depois descendo, em movimento circular).
O processo só será interrompido quando o furacão, ao avançar em sua trajetória, atingir a costa. Sem água embaixo para alimentá-lo, ele logo perde energia e se dissipa. Por essa razão os furacões produzem grandes estragos nas regiões mais próximas da costa, mas não conseguem atingir áreas que ficam muito longe do mar.
Embora sejam conhecidos principalmente por seu potencial destruidor, os furacões servem a propósitos nobres, ajudando a regular a temperatura da Terra e a manter o sistema oceano-atmosfera em equilíbrio. Entretanto, ainda não está claro se eles se tornarão vilões ou mocinhos com os efeitos do recente aquecimento global causado pela emissão crescente de gases acirradores do efeito estufa por atividades humanas.
(Globo Online/
Ambiente Brasil, 21/08/2007)