Falta planejamento no fornecimento e no consumo de energia no país, na avaliação do professor da área de energia do Departamento de Engenharia Mecânica da Unicamp, Gilberto Zanuzzi. Para ele, não basta apenas construir usinas, mas administrar o crescimento do consumo, sem prejudicar a atividade econômica.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional. Ele afirmou que se o Brasil crescer no ritmo de 4,5% ao ano, sem que sejam tomadas medidas de precaução, a situação no futuro pode ser “preocupante” no que diz respeito à possibilidade de apagão.
Zanuzzi afirmou que, em caso de necessidade, o Brasil é capaz de produzir energia com base em óleo combustível, opção considerada “suja” por gerar maior poluição, além de ser mais cara.
“Em situação de desespero, pode queimar qualquer coisa. Temos tecnologia e sabemos fazer isso. Mas esse seria o pior cenário e é exatamente isso que podemos e devemos evitar”, afirmou.
Segundo ele, essa alternativa é uma forma de negar à sociedade a possibilidade de construir um futuro melhor. “Temos tecnologia, pessoal qualificado e outros recursos que não essas fontes poluentes”, disse.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) garante que não há perigo de racionamento de energia elétrica no país até 2010. Segundo a Aneel, um termo de compromisso firmado com a Petrobras para o fornecimento de combustíveis a 24 usinas termelétricas vai baixar, para "patamares aceitáveis", o perigo de racionamento de energia elétrica até 2010.
O governo aposta ainda em dois grandes projetos para evitar o apagão: a construção de uma terceira usina nuclear em Angra dos Reis e das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no Rio Madeira.
(Por Kelly Oliveira,
Agência Brasil, 20/08/2007)