O frio intenso que chegou à zona sul do Estado na quinta-feira pode ter sido o responsável pela morte de milhares de peixes. No sábado, animais de pelo menos quatro espécies agonizavam nas areias da praia do Cassino, em Rio Grande, e na orla dos balneários de água doce da Lagoa dos Patos, em São Lourenço do Sul.
No Cassino, peixes-porcos, bagres e corvinas se acumularam por aproximadamente quatro quilômetros de praia. Ambientalistas conferiram a situação no local, mas, em função da chuva forte do domingo, a contagem do número de animais e a análise sobre a causa da morte devem ser estudadas apenas hoje.
A mais de cem quilômetros dali, em São Lourenço do Sul, o fenômeno teve impacto menor. A 3ª Companhia do 1° Batalhão Ambiental da Brigada Militar (CABM) estima o número de mortes em menos de cem peixes, entre bagres e jundiás. E a causa seria a mesma: queda brusca na temperatura. Entre quarta e sexta-feira, os termômetros oscilaram 15°C na região.
- Num primeiro momento, está descaracterizada a morte gerada por poluição ou descarte de pescado. Provavelmente, foi a diminuição brusca na temperatura, até pelo tamanho dos peixes encontrados. Eles são maiores, não seriam descartados por pescadores - justifica o capitão Márcio André Facin, comandante da 3ª Cia do CABM.
No início de agosto, cerca de um milhão de peixes morreu nas praias do Cassino e do Mar Grosso, em São José do Norte. À época, o fenômeno foi explicado tendo como causas o frio intenso e o possível descarte de peixes pequenos pelos pescadores.
(Por Eduardo Cecconi,
Zero Hora, 20/08/2007)